A Bela e a Fera – 3D

Publicada em 05/02/2012 às 17:35

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Não há dúvidas de que o cinema animado tem evoluído de maneira fantástica desde o início do século. A partir de 2011, notadamente, o capricho na qualidade visual tem proporcionado experiências mais do que atraentes, o que, infelizmente, não é aproveitado acertadamente por alguns roteiristas, ficando (erroneamente) a qualidade panorâmica muito superior aos atributos narrativos.
 
Sabendo disso, torna-se um prazer colossal presenciar o quanto o valor de uma história bem escrita (e bem aproveitada) se estabelece como superior a qualquer artimanha tecnológica sem, para isso, parecer irreal ou perder em importância e, ainda mais, conseguindo fazer crianças (de todas as idades) se encantarem com inteligência e com um carinho tão percebível.
 
A Bela e a Fera, portanto, retorna aos cinemas com semblante juvenil e merece ser presenciado. Seu 3D, ao não exagerar na futilidade de ficar arremessando elementos para cima do público sem qualquer motivo, consegue adicionar, num belíssimo trabalho, uma reciprocidade viva entre o contexto emocional e a profundidade do que é visto. Desde a floresta até os imponentes cenários barrocos europeus (sem esquecer, claro, da aldeia e do castelo), tudo parece nos implantar (mais ainda) na obra.
 
Com um casal protagonista fabuloso e que marcou uma geração (e duvido que tenha ficado na lembrança como, apenas, mais uma simples fábula sobre uma princesinha para as meninas) e com personagens coadjuvantes tão cativantes ou mais (e não posso renegar meu carinho pelo relógio Cogsworth), os curtíssimos 84 minutos se desenvolvem com uma facilidade valiosa que tem o poder de convidar a reassistir.
 
A subjetividade dos detalhes e a composição da mise-em-scène de toda a projeção são de um primor que, inconscientemente, servem de guia para um profundo entendimento do que se passa: a intocável Ala Oeste, que, em sua densa imersão sombria reflete a aflição interna da Fera; a transfiguração interna lenta e extraordinária dessa criatura maravilhosa por meio de gestos, admirares e as poucas palavras que são ditas; e, ocultamente, a bonita citação à Clarice Lispector: “Eu sou uma chama acesa. E rebrilho e rebrilho toda essa escuridão.”
 
Mesmo assim, os cinco parágrafos anteriores não são (não mesmo – e nem esse junto aos próximos serão) suficientes para atestar a qualidade dessa animação. Sua trilha sonora, que é um espetáculo a parte, é digna de deferências; os atributos técnicos são exuberantes, mesmo não induzindo à realidade como o faz a computação gráfica: percebam os pequenos detalhes do figurino (sim. Figurino!), a luz e a sombra da fotografia, inclusive as conferidas pelo Lumière (o candelebro – um claro tributo aos irmãos franceses avós do cinema), os olhos e os cílios da cativante Madame Samovar (o bule que cuida com tanto amor das suas xicarazinhas) e a cena mais clássica do filme – a valsa.
 
É imperativo (e peço desculpas por isso) que você leve seu filho, enteado, afilhado, sobrinho, neto, bisneto, trineto ou você mesmo para assistir a esse relançamento. A magia de impressionar (de forma positiva) qualquer idade é poderosa aqui e o salgo que deixa marcas especiais (daquelas que a maioria das animações atuais prefere deixar de lado) nos pequenos é tratado com o melhor dos caprichos.
Nada, além de um sonho, de uma boa fantasia, do amor e da vida, pode ser mais acertado para uma criança.
Sem dúvida. De qualquer faixa etária.
 
Bons e ruins filmes para nós!
 
Saiba mais sobre o filme A Bela e a Fera – 3D
 
Por Sihan Felix
 

Comentários (2)





evelyn comentou: Bela é a melhor princesa da Disney...
adoro este filme, me lembra minha infância.
Nota
16/02/2012 | Responder

reneseme comentou: adorei É uma lindo filme Nota
09/02/2012 | Responder