À Prova de Morte

Publicada em 16/07/2010 às 15:59

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Em 2007, foi lançado nos cinemas dos Estados Unidos a obra chamada "Grindhouse", uma brincadeira em que os diretores Robert Rodrigues e Quentin Tarantino recriaram, cada um a sua maneira, um filme com características de produções trashs dos anos 1970 e que ficavam confinados a sala de projeções precárias (as tais grindhouse). Só que o resultado dessa homenagem foi abaixo do esperado, e o fiasco nas bilheterias obrigou os produtores a dividi-lo em dois, “Planeta Terror” e À Prova de Morte (Death Proof), este último, depois de 3 anos de atraso, finalmente chega aos cinemas brasileiros.

“À Prova” começa em Austin, Texas. Três amigas – Arlene (Vanessa Ferlito), Shanna (Jordan Ladd) e a DJ Jungle Julia (Sydney Tamiia Poitier) estão em direção ao Bar Guero para celebrar o aniversário de Julia. No mesmo local, vigiando-as a distância, está Stuntman Mike (Kurt Russell), um dublê de Hollywood que tem uma cicatriz no rosto e más intenções. Ele se faz de amigo, puxa assunto, paga umas cervejas e pede que Arlene dance para ele. Uma outra jovem chamada Pam (Rose McGowan) pede uma carona, Mike então resolve apresentar a sua Chevy Nova 1970 preta, que a chama carinhosamente de À Prova de Morte, por ser um carro blindado e preparado para fortes colisões.

Mike, com a companhia de Pam, persegue as amigas. O resultado das cenas seguintes é a total destruição – para se ter uma ideia, uma perna de Julia é cortada, enquanto o rosto de Arlene é rasgado pelo pneu do carro assassino. O sádico dublê, que provocou o acidente, vai para o hospital e é inocentado por ser abstêmio e não estar sob efeito de nenhuma droga. Quatorze meses depois ele está atrás de outras vítimas, dessa vez no Tennessee e com uma nova máquina: um Dodge Charger 1969.
 
A ideia nostálgica de recriar produções toscas cobertas de sangue, com direito a imagens com arranhões e faltando trechos até é bacana, pena que a história é totalmente desinteressante. Há todos os ingredientes básicos dos filmes de Tarantino – desde a tentativa de resgatar um ator esquecido (Russell), passando pela trilha sonora requintada e os mesmos papos nonsenses que nunca levam a nada (logo no início, há uma arrastada e cansativa conversa que parece já anunciar que coisa boa não vem adiante). A Prova de Morte é com certeza o primeiro escorregão de Tarantino, que já se desfez do erro ao lançar o grandioso Bastardos Inglórios no ano passado. Não que isso seja um aviso, mas a outra “metade” de Grindhouse, Planeta Terror de Rodriguez, tem uma narrativa muito mais animada – incluindo aí assassinos zumbis canibais e uma dançarina que substitui a sua perna por uma metralhadora – só que infelizmente, é igualmente descartável.

Saiba mais sobre o filme À Prova de Morte.

Por Jean Garnier.

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