As Viagens de Gulliver

Publicada em 19/01/2011 às 15:06

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Depois de tantas adaptações hollywoodianas de livros historicamente consagrados, chegou à vez de As Viagens de Gulliver (Gulliver´s Travels - 2010) ser reciclada para os anos 2000. Levando-se em conta a figura do protagonista, já dá para sacar que o enredo não dá para ser levado muito a sério.

Baseado no livro de Jonathan Swift, Lemuel Gulliver (Jack Black) é chefe de expedição de um jornal. Ele é o típico cara que não está nem aí para a vida, e sua preocupação é treinar o novato Dan (TJ Miller). O que Gulliver não esperava é que o seu empregado acaba virando o seu chefe. Num ato de desespero, vai conversar com a sua paixão secreta, a jornalista Darcy Silverman (Amanda Peet). Depois de um papo, ele consegue convencê-la de que também pode escrever. Prova a sua eficiência, secretamente plagiando um artigo, é enviado para escrever sobre o Triângulo das Bermudas.

Claro, tudo dá errado. No meio do mar, é lançado para uma ilha. Gulliver acorda num lugar chamado Lilliput, é capturado e chamado de “fera” pela população local, formada por pessoas minúsculas. As coisas melhoram para o protagonista quando vira herói ao salvar o rei de um incêndio usando, digamos, a sua “mangueira” para apagar as chamas.

Lógico, o gigante vira referência em todo o reino, o que facilmente não iria agradar a todos, principalmente a figura do General Edward (Chris O´Dowd), que desde o início mostrou antipatia por Gulliver.

Talvez uma das grandes falhas do enredo seja abusar do clima “farofa”, transformando uma bela história sobre xenofobia e diferenças sociais em um pastiche sem graça. Até porque Jack Black não poderia perder tempo com tamanho sentimentalismo, ele tinha que encaixar referências ao passado, abraçando o saudosismo referente a outros filmes – como no seu melhor filme Rebobine, Por Favor – e fazer o seu número musical – igual à Escola do Rock. Ruim não é, mas o apelo pela temática trash que envolve a produção incomoda um pouco.

Saiba mais sobre o filme As Viagens de Gulliver.

Por Jean Garnier

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