Assalto ao Banco Central (2)

Publicada em 08/08/2011 às 13:11

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Assalto ao Banco Central Crítica

O cinema brasileiro tem surpreendido consideravelmente o público nos últimos anos e as sessões que antes eram vazias agora lotam até o último dia. O espectador vai ao cinema sem medo. Mas como nem tudo são flores, o aumento no número de produções cinematográficas traz consigo um aumento também no número de produções não tão boas, que passam longe (em vários aspectos) dos nossos clássicos. Assalto ao Banco Central seduz por um motivo óbvio: tem bandido e tem polícia, atraindo espectadores ávidos por experienciar mais um filme nacional de ação.

No entanto, bastam alguns segundos, após os créditos iniciais, para sermos expostos a uma cena sem propósito algum e de gosto duvidoso. Os demais minutos do filme se constituem por uma série de péssimas atuações, diálogos artificiais, além de um vai-e-vem temporal sem propósito algum.

Eriberto Leão interpreta um dos personagens-chave do filme, o Mineiro, que embora não seja o chefe ou mandante do assalto, claramente exerce alguma função de poder sobre os demais. Mas, independentemente do posicionamento do personagem, Eriberto é incapaz de lhe conceder naturalidade e, somado a isso um roteiro recheado de diálogos fracos, improváveis e plásticos, temos perante nós um filme com aspecto de novela de atores mirins. Algumas aparições são capazes de equilibrar obra, tais como as atuações de Milhem Cortaz (Barão), Gero Camilo (Tatu), Tonico Pereira (Doutor), Vinicius de Oliveira (Devanildo) e, a mais prodigiosa delas, Milton Gonçalves (Pastor). Já Lima Duarte e Giulia Gam, os dois maiores nomes do cartaz e chamarizes da produção, aparecem como uma dupla de policiais muito improvável e despida de química e são como duas peças inúteis no tabuleiro.

Embora a direção apresente diversos pontos negativos, principalmente por não optar por uma ordem cronológica dos fatos, o filme tem alguns pontos positivos além das atuações. A fotografia é satisfatória e a montagem é excelente e age como uma espécie de corretivo desse patchwork cinematográfico.

Assalto ao Banco Central não satisfaz aquilo a que se propôs: um relato emocionante dum assalto internacionalmente conhecido. É apenas mais um filme nacional mal sucedido e que contribui para uma péssima representação do que o “orgulho de ser brasileiro” de fato é.

Saiba mais sobre o filme Assalto ao Banco Central.

Por Laísa Trojaike

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