Avatar: O Último Mestre do Ar

Daqui alguns anos quando forem falar do cinema do começo desse novo milênio, os filmes que misturam fantasia e aventura serão lembrados como um marco. Seja aqueles que arrastaram multidões aos cinemas e que rendem aguardadas continuações – como O Senhor dos Anéis, Harry Potter e As Crônicas de Nárnia – seja por aqueles outros projetos que até pareciam interessantes – vide Eragon e  A Bússola de Ouro – mas a baixa procura nas bilheterias, junto com as críticas negativas, fez com que os estúdios esquecessem possíveis continuações.

O Último Mestre do Ar (The Last Airbender – 2010) promete ser o novo candidato a figurar ao lado dessas bombas que ficam apenas na promessa de boas intenções. Baseada no desenho influenciado pela mitologia e artes marciais e asiáticas do canal Nickelodeon chamado Avatar – The Last Airbender, a história futurística é passada depois que o homem praticamente se auto-exterminou. Alguns sobreviventes da raça formam facções e a que possui o poder esmagador é a Nação do Fogo, que por via da força, tenta exterminar a todo custo as outras nações e conquistar territórios.  Dois dobradores de água, uma garota de 14 chamada Katara (Nicola Peltz) e seu irmão um ano mais velho, o guerreiro Sokka (Jackson Rathbone), acabam descongelando Aang (Noah Ringer), uma pessoa que aparenta um adolescente de doze anos, mas que cronologicamente tem 112. Aang é a última reencarnação do avatar, uma entidade capaz de controlar os quatro elementos – água, fogo, terra e ar – e o seu destino é escolher entre a vingança ou manter o equilíbrio entre os diferentes povos. Como o filme carrega a filosofia pacifista, adivinha qual será a escolha do monge?

O grande problema para Aang é que ele está sendo procurado pelo comandante Zhao (Aasif Mandvi) e por Zuko (Dev Patel), este último é ex-herdeiro do trono da Nação do Fogo, que foi exilado pelo seu pai Ozai (Cliff Curtis), o Senhor do Fogo. A partir do momento em que todos os participantes foram apresentados e o clima de guerra está armado, começa o espetáculo de perseguições e efeitos especiais protagonizado pelos Dobradores, que tentam controlar os seus poderes no meio de um universo místico.

Dizer que O Último Mestre do Ar é ruim, seria um tanto injusto. Ele é apenas tosco e sem pretensão nenhuma. O seu problema começou muito antes do lançamento: como James Cameron já tinha propriedade do título Avatar, os estúdios Nickelodeon/ Paramount não poderiam de maneira alguma usar esse nome.  O roteirista e diretor M. Night Shyamalan (O Sexto Sentido) conduziu todo o suspense e a intriga para um lado mais obscuro e confuso, dando às vezes a sensação de querer explicar toda a história em apenas um longa, talvez já temendo um possível desprezo do público.

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Por Jean Garnier.