O Homem que Mudou o Jogo (2)

Publicada em 24/02/2012 às 17:46

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O Homem que mudou o jogo
 
Antes de tudo, é preciso saber que O Homem que Mudou o Jogo não é um filme sobre beisebol ou sobre esportes. Na verdade, trata-se de uma análise narrativa e comparativa sobre intuição e estatística e sobre o duelo entre esses dois opostos. Essa batalha, que permanece durante toda a projeção inserida na mente do protagonista, desenvolve um filme permeado por diálogos quase contemplativos e que, em suas entrelinhas bem expostas, revelam intensos conflitos emocionais. 
Mas, antes de assistir a essa obra, decidi pesquisar sobre esse esporte (o beisebol) que os estadunidenses tanto gostam, pois eu sabia absolutamente (ou exatamente) nada sobre.  Após entender (ou quase isso) algumas regras, posições e jogadas, julguei-me pronto: “Agora posso assistir e avaliar sem problemas maiores.”, pensei.
 
A surpresa foi constatar que eu estava errado. Mesmo com um pouco de vocabulário técnico dispendido (que serve para exprimir realidade), não existem problemas de entendimento para os leigos. A intenção da produção não é abordar o esporte em si. O cerne está na profundidade alcançada pelos diálogos inteligentes e precisos escritos pela excelente dupla de roteiristas Aaron Sorkin (A Rede Social) e Steve Zaillian (A Lista de Schindler). Cabe (e eles o fazem com maestria) a Brad Pitt e Jonah Hill desenvolverem a inteligência utilizada com competência. Eles são os pilares mais fortes dos 133 minutos que se passam lentamente.
 
Eis aí o problema da fita: a direção de Bennett Miller não impõe o ritmo necessário para um roteiro tão complexo (e de excelência), como fizera David Fincher com o texto do mesmo Sorkin no A Rede Social. Algumas sequências, que poderiam estar sendo guiadas para frente, demonstram uma força no sentido contrário, alongando cenas sem alguma necessidade. Acredito que esse seja o cinema autoral do Miller. E esse pensamento se encaixa, de forma bem semelhante, ao seu filme anterior: Capote.
 
Por falar em Capote, Philip Seymour Hoffman, que viveu o escritor e jornalista literário (e venceu o Oscar pela sua atuação), aparece excelente na pele do hostil Art Howe. Assim, faz-se necessário, aqui, elogiar o talento do diretor na condução do seu elenco, fazendo-os traduzir verdade.
 
Tecnicamente impecável, O Homem que Mudou o Jogo ainda conta com uma trilha sonora muito satisfatória que jamais apela para uma queda ao melodrama e nunca incomoda. Vale, também, destacar a fotografia primorosa do parceiro do Christopher Nolan desde Amnésia, Wally Pfister. É espantoso perceber que a paleta utilizada por Pfister remete à realidade (afinal, o filme é baseado em um livro de não ficção) e, indicando passado, consegue ainda mostrar que se trata de um passado recente.
 
Mais incrível é o engenho do momentos burlescos (e tudo que eles carregam). Não irá haver gargalhadas (ou apenas uma no máximo). As linhas que se destinam à fazer comédia (os alívios cômicos) são alocados com destreza. Nas demais vezes que surgirem sorrisos (mesmo aqueles de cantinho de boca), serão devido à conscientização irônica que o filme perpassa. Tudo muito direto e ferino. Tudo sobre a natureza humana.
 
Bons e ruins filmes para nós!

Saiba mais sobre o filme O Homem que Mudou o Jogo.

Por Sihan Felix

Comentários (3)





renata comentou: se ferrou brad feioso beicudo bocarra e narigudo teus dos filmes perderam ooscar naoganharam nada viva ogrande filme o artista que ganhou tudo inclusive ganhou melhor ator derrotando os velhos feios brad pite george clooney Nota
14/03/2012 | Responder

renata comentou: se ferrou brad feioso beicudo bocarra e narigudo teus dos filmes perderam ooscar naoganharam nada viva ogrande filme o artista que ganhou tudo inclusive ganhou melhor ator derrotando os velhos feios brad pite george clooney Nota
14/03/2012 | Responder

renata comentou: se ferrou brad feioso beicudo bocarra e narigudo teus dos filmes perderam ooscar naoganharam nada viva ogrande filme o artista que ganhou tudo inclusive ganhou melhor ator derrotando os velhos feios brad pite george clooney Nota
14/03/2012 | Responder