O Pai dos Meus Filhos

Publicada em 13/06/2011 às 16:01

Comente

O Pai dos Meus Filhos

Um título e um cartaz convidativos com aspecto de drama familiar comovente. O Pai dos Meus Filhos tem na publicidade seu único atrativo e a ida ao cinema vale apenas pela pipoca (isso, claro, se ela não estiver com aquela tradicional textura de isopor). Marido, esposa, filhos, problemas no trabalho e só.

Estamos em uma época em que a moda é ser cult, o que é um prato cheio para filmes que, em outros tempos, seriam estraçalhados pela crítica e, posteriormente, deixados às traças. Qualquer filme sem graça, sem coesão, repleto de cenas vazias e atores inexpressivos pode encontrar a fama através de críticas tão vagas quanto as palavras de um falso apreciador de vinhos.

O filme tem início e, minutos depois, o único motivo para continuar sentado na poltrona é o valor do ingresso. E, durante todo o desenvolvimento, a sensação é a mesma, até que o filme termina e o único detalhe louvável é a atuação Alice de Lencquesaing (no filme, Clémence Canvel) na última cena.

O filme se desenrola sob o conhecido clichê dos filmes que querem ser cults: alguém do ramo cinematográfico que tem dificuldades para produzir um filme de qualidade duvidosa, mas que no fundo todos sabem que é genial (mas, misteriosamente, ninguém admite). Algo análogo à situação do poeta que é um gênio (o qual absolutamente ninguém é capaz de reconhecer) e escreve sobre não ter o que escrever. No filme, Grégoire Canvel (Louis-Do de Lencquesaing) é um homem bem sucedido que tem uma produtora de filmes, Moon Films, e acaba submerso em dívidas ao insistir principalmente numa produção de um filme sueco, ou melhor, cult (leia-se: de genialidade questionável). E tudo isso numa fotografia de novela europeia.

Prostramo-nos perante um drama que nem sequer é capaz de nos cativar, com nenhum personagem capaz de fazer surtir algum sentimento naqueles que assistem. É um filme despido de atrativos e com vários fios soltos que bastam ser puxados para fazer desaparecer a trama da malha. Àqueles que tiverem de dar sua opinião, restam duas alternativas: ou assumam que o filme não cativa e que seu peixe beta tem uma história de vida mais comovente ou resumam o filme à palavras vagas (cults) como “sensível e profundo”.

Saiba mais sobre o filme O Pai dos Meus Filhos.

Por Laísa Trojaike

Comentários (0)





Nenhum comentário, ainda. Seja o primeiro a comentar!