Planeta dos Macacos: A Origem (3)

Filme equilibra cenas que retratam o sentimento de deslocamento do chipanzé Cesar e as sequências de ação neste prelúdio do clássico dos anos 60.

Com direção de Rupert Wyatt, Planeta dos Macacos – A Origem vem explicar como iniciou o processo que levou os primatas ao “poder” da sociedade mundial. O filme é o prelúdio do Planeta dos Macacos, produzido pela primeira vez em 1968, e que ganhou remake em 2001, ambos baseados na obra de Pierre Boulle.

Nesta continuação da série, o ator James Franco (O Besouro Verde e 127 Horas) interpreta Will, um cientista que trabalha para um grande laboratório na pesquisa de uma droga que traga novamente à vida os portadores da Doença de Alzheimer, que afeta a memória, a aprendizagem e a coordenação motora.

No entanto, durante uma demonstração dos resultados positivos do estudo para um grupo de financiadores, um problema causa o cancelamento de verba para a continuação da pesquisa. Diante disso, os macacos que haviam sido capturados para as pesquisas são sacrificados, restando apenas um bebê macaco que Will é obrigado a levar para casa, para que não tenha o mesmo fim dos outros.

Como era de se prever, o cientista logo se afeiçoa ao macaquinho, bem como seu pai, o ator John Lithgow, que sofre de Alzheimer e para quem Will tanto se dedicou à pesquisa. Passam-se alguns anos e Will observa a evolução da inteligência do primata que, agora, é tratado como filho mais novo de sua nova família. A droga dada à mãe macaco afetou a gestação do feto e, por isso, a evolução do chimpanzé Cesar é notável, fazendo crer que a droga pode resolver os problemas dos portadores do mal de Alzheimer.

Mas como diz a namorada de Will, interpretada por Freida Pinto (Quem quer ser um milionário?) “algumas coisas não devem ser mudadas” e os efeitos da droga tanto nos primatas como nos seres humanos sai, aos poucos, de controle. O diretor soube trabalhar com sutileza os sentimentos de conflito de Cesar ao querer entender o que ele é, como se encaixa na sociedade e a relação com sua “família de criação”. Ao mesmo tempo, as cenas de ação, concentradas em uma sequência de enfrentamento entre primatas e humanos, explodem a tensão mantida durante o filme.

Destaque para a maquiagem utilizada que transforma Andy Serkis (O Grande Truque) no chipanzé Cesar, e também para a computação gráfica que completa as cenas que não poderiam ser interpretadas por um humano, mesmo que transformado em primata. Apesar dos elogios ao Planeta dos Macacos – A Origem, alguns saudosistas do clássico dos anos 60 apontam algumas falhas, mas os espectadores que não chegaram a assistir as produções mais antigas, praticamente, não encontram defeitos.

No elenco, John Lithgow se sai muito bem como o pai de Will doente. Destaque também para alguns vilões, como o pai e filho proprietários do lugar para onde vão os primatas que não podem ser devolvidos ao seu habitat natural, ou que logo terão como destino novas empresas de pesquisa, interpretados por Brian Cox  e Tom Felton. Também merece destaque o ganancioso empresário David Oyelowo.

Um elenco firme, mas que não tira o brilho dos primatas que se tornam verdadeiros heróis, ainda mais nos dias de hoje, quando muitas pesquisas ainda são feitas de maneira desumana com esses seres, que são os mais próximos dos humanos.

Saiba mais sobre o filme Planeta dos Macacos.

Por Paula Cassandra