Sem Limites

Publicada em 24/03/2011 às 12:10

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Eficiência. Talvez não haja palavra melhor para definir esse novo trabalho do diretor Neil Burguer, de O Ilusionista. Sem Limites é a reunião de um personagem central carismático, uma fotografia interessante e que auxilia (com beleza) a trama, uma trilha sonora de bom gosto, efeitos visuais (e sonoros!) inventivos, uma montagem bem estruturada e uma direção que em nenhum momento deixa o ritmo cair.

Bradley Cooper, na pele de um escritor iniciante com a famigerada crise da página em branco, convence e alcança, aqui, sua melhor atuação para a tela grande. Robert De Niro parece ter descoberto que seu piloto automático, mesmo não nos apresentando aquele ator de décadas passadas, ainda o faz permanecer níveis acima da maioria dos seus colegas e Abbie Cornish, que não se utiliza (apenas) da sua beleza para conseguir seus papéis (vide Megan Fox) é firme em sua performance.

Mas e o roteiro? Então... escrito por Leslie Dixon a partir do livro de Alan Glynn, o roteiro comete, infelizmente, o mesmo pecado que diminui substancialmente o valor geral da obra: o didatismo exagerado. Esse mal, que pode ser visto no em cartaz Não me Abandone Jamais, tem transformado produções excelentes em filmes puramente comerciais. E se a falha nesse outro é exposta pela narração em off apenas ao final, em Sem Limites, os relatos falados redundantes e desnecessários durante a projeção podem incomodar e, como tem sido comum, ofender o espectador (de forma ainda mais grave).

Portanto, como a chamada do filme pergunta quantos sabem o que é se tornar a versão perfeita de si mesmo, posso afirmar que Sem Limites quase descobriu e, se tivesse acreditado mais em nós (acreditado de verdade!), seria a primeira grande obra live action do ano.
 
Bons e ruins filmes para nós!

Saiba mais sobre o filme Sem Limites.

Por Sihan Felix

Comentários (1)





Osnir Lima comentou: Muito interessante o filme, bem feito, com uma fotografia legal...acima da média. A maioria das falhas de roteiro apontadas, na realidade não são falhas, tratam-se de situações que são passíveis de acontecerem, porém improváveis.
Além disso, muita gente confunde inteligência com capacidade intelectual. São coisas completamente diferentes. O quonciente intelectual (QI) é a capacidade que se tem de armazenar informações no cerebro e a velocidade que se processa essas informações, essa capacidade pode ser avaliada em testes de QI (essa é a capacidade que o NZT turbina). Já inteligência é a habilidade de usar "da maneira mais eficiente possível" as informações que se tem na memoría. Isso não dá para se avaliar e varia de pessoa para pesssoa.
Ou seja, uma pessoa de QI alto não é necessariamente uma pessoa inteligente e virse versa. Além do mais a maioria das pessoas avaliam as decisões do personagem utilizando como parâmetro o que "elas próprias" fariam se estivessem no lugar do protagonista. Isso é errado pois cada ser, independente de seu QI ou inteligência, tem personalidade própria e age como acha melhor. Pessoas super inteligentes não agem da mesma maneira.
Apesar das críticas o filme cumpre bem o seu papel e traz algo a mais que andava em falta nos ultimos tempos. Vale apena conferir.
Nota
03/05/2012 | Responder