16 filmes para conhecer os bastidores do cinema

Publicada em 14/04/2016 às 12:40

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Quando as luzes da sala do cinema se apagam o espectador é levado para um outro universo. Mas para fazer essa magia acontecer é preciso muito trabalho e diversos filmes mostram como essa máquina de sonhos funciona, em meio a egos inflados, falta de inspiração e estouro de orçamento. O Cinema10 preparou uma lista com 16 filmes que mostram toda essa engrenagem funcionando, desde uma equipe que nunca pegou numa câmera até os bastidores de uma super produção. Prepare a pipoca e luz, câmera e ação!

Ave, César! (2016)

Os irmãos Ethan e Joel Coen tecem sua sátira ao cinema nesta comédia passada nos anos 1950, auge da Era de Ouro de Hollywood. A trama gira em torno do sequestro de Baird Whitlock (George Clooney), astro da grande produção Ave, César!, que ainda está sendo filmada. Resta ao assistente de estúdio Eddie Mannix (Josh Brolin) uma forma de conseguir o dinheiro do resgate e impedir que a notícia chegue aos ouvidos dos fofoqueiros de plantão.

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Crepúsculo dos Deuses (1950)

Um dos grandes filmes sobre os bastidores de Hollywood e também do gênero noir traz Gloria Swanson na pele de Norma Desmond, uma estrela do cinema mudo que nos dias atuais passa reclusa em sua mansão, esquecida por todos. Seu sonho é fazer um retorno triunfal com um roteiro que escreveu, a história de Salomé e pede ajuda de Joe Gillis (William Holden), um roteirista de filmes B que precisa de dinheiro.

A produção traz uma cena famosa de Norma num estúdio da Paramount em que todos a reconhecem quando um holofote é ligado. Fora os diálogos marcantes do roteiro vencedor do Oscar como este: “Eu sou grande. Os filmes é que ficaram pequenos", dito pela nada modesta Norma.

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Cantando na Chuva (1952)

Um dos musicais mais encantadores do cinema também traz como tema astros do cinema mudo. Em 1927 é lançado o primeiro filme falado, O Cantor de Jazz, o que traz uma revolução na indústria. Todos os estúdios decidem apostar nos filmes falantes como a Monumental, que tem como astros Don Lockwood (Gene Kelly) e Lina Lamont (Jean Hagen).

Isso parece simples, pois é só aparecer em frente à câmera e falar. Mas Don fica inseguro, pois acha que só sabe fazer um monte de caretas, vício do cinema mudo. Só que o problema é Lina, pois ela tem uma voz esganiçada e é incapaz de falar perto do microfone. Para salvar a produção que estão filmando, O Cavaleiro Duelante, surge uma atriz novata, que sugere dublar a voz de Lina, sem que ela saiba. A produção traz números musicais inesquecíveis como a clássica em que Kelly canta "Singin' in the Rain". É para ver e rever com um sorriso no rosto!

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O Artista (2011)

Mais um longa sobre a chegada do cinema sonoro e este, vendedor do Oscar de Melhor Filme, Diretor, Ator (Jean Dujardin), Figurino e Trilha Sonora. A produção é audaciosa por ser um filme mudo e em preto e branco, algo raríssimo no mercado cinematográfico de hoje e vale a pena ser visto.

George Valentin (Dujardin) é o galã do cinema mudo. Mas com a chegada do som ele prefere fechar os olhos para a tecnologia e acaba entrando em decadência. Para piorar, sua fã, Peppy Miller (Bérénice Bejo), se torna uma estrela do cinema sonoro que ele tanto despreza. As cenas musicais e com o cãozinho Uggie são o ponto alto do longa.

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RKO 281: A Batalha de Cidadão Kane (1999)

A produção mostra a luta do cineasta Orson Welles (Liev Schreiber) para realizar e lançar o que seria considerado mais tarde sua obra-prima: Cidadão Kane, a 281ª produção do estúdio RKO. Em uma festa ele não se dá muito bem com o dono do império editorial americano William Randolph Hearst (James Cromwell).

Orson fica intrigado com a história de vida do milionário e decide fazer um filme inspirado em sua vida. Mas ele mexe com um vespeiro. Hearst não é o tipo de homem com quem se deve mexer. Ele tem Hollywood em suas mãos e quando descobre que o longa é sobre ele, fica irado e começa a chantagear figurões de Hollywood. Com isso, os donos de outros estúdios planejam comprar todas as cópias e negativos desse filme de Orson e destrui-las.

O longa explora os bastidores da realização de Cidadão Kane e como todos consideravam anárquica a forma do diretor trabalhar. Ele chegava a filmar a mesma cena mais de 50 vezes, extrapolou o orçamento e tinha uma grande obsessão com os enquadramentos que precisavam mostrar o chão e o teto dos cenários, rendendo uma cena interessante de como ele conseguiu captar isso.

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Ed Wood (1994)

Tim Burton dirige Johnny Depp, que encarna Ed Wood, considerado o pior diretor de todos os tempos e que depois se tornou cultuado. Todos acham que Wood não tem talento, mas ele tem paixão pela arte de fazer filmes e sonha um dia ser como Orson Welles. É com isso em mãos que ele começa a fazer seus filmes de ficção científica, como Plano 9 do Espaço Sideral (1959) e sobre travestismo, como Glen ou Glenda? (1953). O cineasta resgata Bela Lugosi (Martin Landau, que venceu o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante) do ostracismo, que todos acreditavam estar morto. A comédia representa bem aquela velha ideia de uma câmera na mão e uma ideia na cabeça.

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Saneamento Básico, o Filme (2007)

Outra divertida comédia sobre pessoas que não fazem a mínima ideia de como se faz um filme é essa. Na trama, os moradores do vilarejo Linha Cristal exigem a construção de uma fossa para o tratamento de esgoto. Enquanto isso não é providenciado, a prefeitura disponibiliza uma verba de 10 mil reais destinada para a produção de um filme educativo. Um grupo de moradores então decide fazer o tal filme, uma ficção científica, que tem como trama os perigos do esgoto e o Monstro da Fossa (Wagner Moura) ameaçando uma mocinha indefesa (Camila Pitanga).

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A Noite Americana (1973)

Se você quer entender bem qual a função de um diretor em um filme basta assistir A Noite Americana. O cineasta é o homem mais requisitado no set, definindo todos os detalhes, desde a escolha de uma peruca até lidar com os egos de seus atores. Na trama o diretor Ferrand (François Truffaut) comanda o filme Je Vous Presente Pamela e seu trabalho é árduo, orientando a atriz em cena, orquestrando as câmeras e o mais divertido é ver a equipe técnica se escondendo para não aparecer em cena e o ator tomando cuidado para não tropeçar nos trilhos da câmera enquanto tem de caminhar calmamente numa cena.

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8 ½ (1963)

Nesta obra-prima do cineasta italiano Federico Fellini, Marcello Mastroianni vive o cineasta Guido Anselmi em plena crise de inspiração. Ele não consegue encontrar uma ideia para o seu próximo longa e as filmagens estão prestes a começar. Os financiadores não saem do seu pé e ele se divide entre a mulher, a amante e lembranças de sua vida. A produção tem tom autobiográfico e onírico, tudo regido pela impecável trilha sonora de Nino Rota como na cena final em que os personagens aparecem num picadeiro.

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Nine (2009)

O longa é baseado no musical homônimo da Broadway de 1982, que por sua é inspirado em 8 ½. Aqui, Guido é interpretado por Daniel Day-Lewis, que enfrenta uma crise artística enquanto tenta fazer seu nono filme, chamado Itália. As filmagens começam em dez dias e ele ainda não tem um roteiro. O dilema está aí: como fazer um filme sem roteiro?

Enquanto isso, ele é perseguido pelas mulheres de sua vida: a esposa, Luisa (Marion Cottilard); a amante, Carla (Penélope Cruz); a musa de seus filmes, Claudia (Nicole Kidman); a figurinista e confidente, Lilli (Judi Dench); a jornalista de moda Stephanie (Kate Hudson); a prostituta que conheceu durante a juventude, Saraghina (Fergie) e a mãe, Mamma (Sophia Loren). A produção se destaca pelos números musicais, em especial o provocante de Cruz e o vibrante de Hudson.

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O Desprezo (1963)

A produção faz um retrato duro da crise de um casamento tendo como pano de fundo uma filmagem. Um roteirista é contratado para reescrever a trama de uma versão do poema Odisseia, de Homero, que será dirigido por Fritz Lang. Ele e sua mulher (Brigitte Bardot) são convidados para visitar o set da produção na Ilha de Capri, na Itália.

O diretor Jean-Luc Godard, um dos criadores do movimento Nouvelle Vague, faz aqui sua crítica ao cinema comercial e o papel do produtor em um filme. Há a famosa cena numa sala de projeção em que o produtor da trama diz que entende como os deuses se sentem e Lang retruca: “Não foram os deuses que criaram os homens, mas os homens que criaram os deuses”.

O Desprezo conta com uma direção de arte maravilhosa, tendo como um dos cenários uma escadaria que até se tornou imagem do pôster do Festival de Cannes de 2016. Segundo os organizadores do evento a escolha dessa imagem vem de acordo com uma frase que é dita no começo do longa: “O cinema substitui o nosso olhar espantado e fixo por um mundo em harmonia com nossos desejos.”

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Anjos da Noite (1987)

Este longa é um dos mais brilhantes na arte da metalinguagem. O tempo todo o espectador fica em dúvida sobre o que é real e o que é faz de conta. A trama gira em torno de pessoas da noite paulistana, entre elas Jorge Tadeu (Antonio Fagundes), um diretor de teatro. É por meio desse personagem que se dá a metalinguagem. Não dá para saber se ele está dirigindo uma peça, um filme ou se ele está realmente vivenciando o que é apresentado em cena. É um grande exercício cinematográfico.

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Entourage - Fama e Amizade (2015)

O longa é um spin-off da série Entourage e traz todo o elenco de volta. O astro de Hollywood Vince (Adrian Grenier) continua cercado de seus amigos em muitas festas. Seu ex-agente, Ari Gold (Jeremy Piven), agora é chefe de estúdio e lhe convida para uma super produção. Mas Vince só topa caso assine também a direção, algo que ele nunca fez. O resultado é um orçamento estourado para o desespero de Ari. O filme continua explorando bem os bastidores de filmagens e de toda a badalação de Hollywood com várias participações especiais, como de Mark Wahlberg (que é produtor do filme e da série), Jessica Alba e Ronda Rousey.

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Um Filme Francês (2015)

A produção brasileira mostra uma diretora estreante fascinada por filmes. O longa Acossado (1960), de Jean-Luc Godard, mudou a sua forma de ver o cinema e ela adora outros exemplares da Nouvelle Vague como Jules e Jim - Uma Mulher para Dois (1962). Ela faz os dois atores do filme assistirem a esses filmes como referência e embarcarem nesse processo. Um Filme Francês mostra desde os ensaios da diretora com o elenco, as filmagens, o triângulo amoroso que se forma até a estreia do longa, com direito a tapete vermelho.

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Trovão Tropical (2008)

Um novo filme sobre a Guerra do Vietnã será filmado e o diretor quer muita veracidade de seus atores Tugg Speedman (Ben Stiller), Kirk Lazarus (Robert Downey Jr.), Jeff Portnoy (Jack Black) e companhia. Nada de celulares, assistentes, trailers ou outras bajulações. Eles são jogados na selva vietnamita à própria sorte e as câmeras são escondidas. Agora só depende dos atores para o filme acontecer. Mas claro que isso não dá certo.

O perigo está por todo lado e eles perdem a noção do que é real e encenação. Para piorar, o produtor asqueroso do longa, Les Grossman (Tom Cruise), só vê cifrões na sua frente e não dá a mínima para Tugg, que acaba sendo sequestrado por produtores de heroína, os Dragões Flamejantes. Será que esses astros de Hollywood vão conseguir vencer as adversidades da selva?

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Os Picaretas (1999)

Tudo o que o produtor Bobby Bowfinger (Steve Martin) mais quer é emplacar um filme no concorrido mercado de Hollywood. Mas sem um grande nome no elenco, nada feito. Sem dinheiro para isso, ele então tem uma ideia brilhante: ter o astro Kit Ramsey (Eddie Murphy) no elenco, mas sem ele saber que está fazendo o longa.

Para produzir isso, basta deixar as câmeras escondidas, ter um dublê para algumas cenas em planos mais abertos e quando precisar de Ramsey é só os outros atores chegarem perto dele, dizerem algumas falas e pronto! Eis um filme hollywoodiano. Isso só dá margem para muita confusão e momentos hilários. Ramsey começa a ficar confuso com tudo isso. A cena em que ele acha que está sendo perseguido em um estacionamento deixa isso claro em meio a muitas risadas!

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Por Vanessa Wohnrath


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