2 homens, 4 décadas, 29 filmes, 31 Oscars. Mais?

Publicada em 20/05/2011 às 16:39

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Steven Spielberg e John Williams

Steven Spielberg e John Williams Cinema10Steven Spielberg: Considerado por críticos do mundo inteiro um dos melhores diretores da história do cinema; Quem tem mais filmes entre os cem melhores de todos os tempos; Vencedor de dois Oscars como diretor e indicado outras quatro vezes.

John Williams: Indicado quarenta e cinco vezes ao Oscar (estando atrás, somente, de Walt Disney); Cinco estatuetas na estante; Um dos grandes nomes da história recente da música erudita; Quem resiste, com extrema competência, a qualquer uso eletrônico nas suas composições.

Visitar as obras dessa dupla é passear pela história do cinema desde a década de 1970 até os dias atuais. E passear impondo respeito! Com uma amizade sincera e declarada e um senso profissional aguçado, além do talento inquestionável, Spielberg e Williams ensinam que, sem dúvida, é possível (e muito mais prazeroso) trabalhar entre amigos sem que, para isso, seja necessário transformar o cinema em um ambiente restrito e inapalpável.

 

 

•    Louca Escapada (The Sugarland Express - 1974)

O primeiro filme de uma das parcerias mais vitoriosas do cinema mundial (que em breve completará quatro décadas) tem roteiro baseado em uma história real. Trata-se da história de uma mulher que ajuda o marido a escapar da prisão, para que juntos possam ir recuperar o filho, que foi adotado por outro casal. A fuga de ambos provoca uma caçada policial sem precedentes na história do Texas.

•    Tubarão (Jaws - 1975)

No ano seguinte, a dupla já resultaria em um clássico que atravessa gerações. Enquanto Spielberg já demonstrava a sua mão firme e segura, Williams deixava seu primeiro legado em uma trilha vencedora do Oscar que, sem dúvida, está entre as dez mais lembradas da história e que hoje é, na prática, domínio público. Abocanhou outras duas estatuetas e a indicação ao prêmio de melhor filme.

•    Contatos Imediatos de Terceiro Grau (Close Encounters of the Third King - 1977)

Outro clássico incontestável e o primeiro que demonstra o fascínio de Spielberg pela vida extraterrestre. Williams já com outra indicação ao Oscar, após Tubarão e eternizando um tema musical que seria aproveitado, inclusive, em vinhetas das extintas TV Tupi e Rede Manchete. Foi indicado a outros oito Oscars, vencendo dois.

•    1941 - Uma Guerra Muito Louca (1941 - 1979)

O filme que marca a estreia de Spielberg em temas de guerra se trata de uma comédia. Uma das sátiras mais bem sucedidas do cinema e que rendeu mais três indicações ao Oscar (sendo incluído na extensa coleção de filmes Oscarizáveis da parceria).

•    Os Caçadores da Arca Perdida (Raiders Of The Lost Ark - 1981)

A princípio, era, “somente”, um filme sobre as aventuras de um arqueólogo. Mais uma vez encarando a segunda guerra (mesmo que de forma indireta), Spielberg, baseado em uma história de George Lucas (o que resultaria em outra parceria de sucesso) criou um filme memorável e que resultou em duas ótimas sequências inspiradas no arqueólogo Indiana Jones (a quarta e mais recente é descartável – apenas um caça-níquel). Outras nove indicações ao Oscar, entre elas mais uma trilha sonora de sair assobiando. Venceu em cinco categorias.

•    E.T. - O Extraterrestre (E.T.: The Extra-Terrestrial - 1982)

O primeiro filme a ultrapassar a marca dos 700 milhões de dólares de bilheteria é a comprovação de que Spielberg é um cineasta que, com qualidade e competência, consegue atingir a qualquer um, com nenhuma restrição. E, com o auxílio de uma trilha sonora espetacular (o que já havia deixado de ser novidade nos trabalhos de John Williams), mais quatro estatuetas e outras cinco indicações foram parar nos autos da dupla.

•    Indiana Jones e o Templo da Perdição (Indiana Jones and the Temple of Doom - 1984)

O retorno do arqueólogo mais famoso da ficção, na verdade, é uma visita ao seu passado... oriental. Passa-se um anos antes da história original. Foi agraciado com o prêmio de melhor filme em língua estrangeira pela Academia Japonesa de Cinema e, novamente, recebeu indicações ao Oscar, carregando a estatueta de melhores efeitos especiais para a estante.

•    Histórias Maravilhosas (1985 - série para TV)

Série televisiva que contou com a participação de Spielberg e Williams em, apenas, dois episódios: The Mission e Ghost Train.

•    Império do Sol (Empire of the Sun - 1987)

Spielberg e a Segunda Guerra Mundial seria um caso de amor (caso isso não fosse de um certo humor negro). Um drama forte, com uma fotografia belíssima e bem sugestionada que conta com com uma grande atuação do ainda criança Christian Bale. Mais seis indicações ao Oscar para, finalmente, começarem a perder as contas.

•    Indiana Jones e a Última Cruzada (Indiana Jones and the Last Crusade - 1989)

Sim. Aqui se encerra a trilogia do arqueólogo. Visitando o passado ainda mais pretérito do que o segundo filme (e mais uma vez contra os nazistas), Indiana (Harrison Ford) conta com a ajuda do pai (Sean Connery) para tentar resgatar o Graal. Um Oscar e duas indicações a mais para a franquia.

•    Além da Eternidade (Always - 1989)

É um romance e, talvez, o maior “fracasso” da parceria Spielberg & Williams. Mesmo assim, foi indicado nas categorias de melhor filme de fantasia e melhor roteiro no Prêmio Saturno (EUA).

•    Hook - A Volta do Capitão Gancho (Hook - 1991)

Inventivo e subversivo à história original, assim como fora o Alice no País das Maravilhas de Tim Burton, esse foi o único filme da carreira que Spielberg assumiu, em público, o seu desapontamento perante o resultado final. Mas um Spielberg desapontado junto a um Williams sempre inspirado equivale a cinco indicações ao Oscar.

•    Jurassic Park - O Parque dos Dinossauros (Jurassic Park - 1993)

Tornando-se, à época, o primeiro colocado nas bilheterias de todos os tempos, trata-se de um enorme laboratório para a Industrial Light & Magic, empresa de efeitos especiais de George Lucas. É um marco, com todos os méritos, dos efeitos efeitos especiais... assim como se tornou Avatar em 2009. Mais três estatuetas douradas.

•    A Lista de Schindler (Schindler’s List - 1993)

Considerado um dos melhores filmes da história do cinema e a obra-prima de Spielberg, A Lista de Schindler relata a história de Oskar Schindler, um checo que salvou a vida de mais de mil judeus durante a segunda guerra mundial (novamente ela!). Foi rodado quase todo em preto e branco, com exceção de duas cenas especiais que levam uma cor vermelha e das cores do prólogo e do epílogo. É um filme que retrata de forma densa e dolorosa toda a brutalidade do holocausto. Não por coincidência, muitos dos envolvidos na produção são judeus. Spielberg, Williams e o brilhante violinista Itzhak Perlman (que interpreta o violino solo da excepcional trilha sonora – uma das mais belas da história) são alguns dos diretamente ligados àquela brutalidade de meados do século passado. Venceu sete Oscars (incluindo melhor filme, melhor diretor e melhor trilha sonora) e foi indicado em outras cinco categorias.

•    O Mundo Perdido: Jurassic Park (The Lost World: Jurassic Park - 1997)

Conclui a visita de Spielberg ao universo dos dinossauros. Sendo a próxima (e muito inferior) sequência, Jurassic Park 3, dirigida por Joe Johnston e, pela primeira vez, não baseada em nenhum livro de Michael Crichton. O Mundo Perdido recebeu uma indicação ao Oscar.

•    Amistad (Amistad - 1997)

Drama histórico de caráter forte e emocionalmente denso, relata a história verídica de um grupo de escravos em terrotório americano. Conta com atuações excelentes, em especial de Anthony Hopkins, uma fotografia muito bem realizada e com uma trilha sonora memorável. Teve quatro indicações ao Oscar.

•    O Resgate do Soldado Ryan (Saving Private Ryan - 1998)

Algum cineasta conseguiu realizar tantos filmes excelentes ambientados na segunda guerra mundial quanto Spielberg? Com um trabalho visceral e extremo realismo nas cenas de confronto, o filme recebeu cinco Oscars (incluindo melhor diretor) e outras seis indicações (incluindo melhor filme e melhor trilha sonora).

•    The Unfinished Journey (1999 - documentário curtametragem)

Curtametragem sobre a vida e a história dos americanos. Foi indicado ao Golden Reel Award (prêmio ligado à edição de som em cinema).

•    A.I. Inteligência Artificial (A.I. Artificial Intelligence - 2001)

Realizado a partir de um projeto de Stanley Kubrick e baseado em um conto de Brian Aldiss, marca a estreia da dupla em ficções futuristas. Um bom trabalho muito subestimado pela crítica geral.

•    Minority Report - A Nova Lei (Minority Report - 2002)

Segunda aventura futurista em sequência, esse se mostra mais maduro e pode ser considerado um dos melhores filmes do gênero já realizados. O roteiro é baseado em um conto homônimo de Philip K. Dick. Foi indicado ao Oscar na categoria de melhores efeitos sonoros.

•    Prenda-me se for Capaz (Catch Me If You Can - 2002)

Uma livre adaptação do livro homônimo de Frank Abagnale Jr., falsário que, na década de 1960, lucrou milhões de dólares se disfarçando nas mais diversas profissões e, hoje, é um multi-milionário especialista no combate à falsificação. No filme, Leonardo DiCaprio o interpreta, tendo sido indicado ao Globo de Ouro de melhor ator por tal. O filme também concorreu a dois Oscars: melhor ator coadjuvante (Christopher Walken) e melhor trilha sonora (John Williams).

•    O Terminal (The Terminal - 2004)

Protagonizado por Tom Hanks (provavelmente, o ator preferido de Spielberg), é um filme comédia leve e jamais apelativa que, até a sua metade, se mostra com um potencial incrível para se tornar uma excelente produção, mas acaba se perdendo após Spielberg mostrar o princípio de um cansaço (que atingiria em cheio o filme seguinte) e se render ao sentimentalismo fácil.

•    Guerra dos Mundos (War of the Worlds - 2005)

Baseado no livro H. G. Wells (que já havia ido às telonas em 1953), nos mostra um Spielberg, finalmente, cansado e usando seu nome (ligado a excelentes blockbusters) para vender um filme fraco, muito inferior à primeira versão, repleto de clichês, mas que, apoiado por um elenco pesado (Tom Cruise, Dakota Fanning e Tim Robbins – além da narração desnecessária de Morgan Freeman), tornou-se uma das maiores bilheterias de 2005, junto a Star Wars III: A Vingança dos Sith e Harry Potter e o Cálice de Fogo (todos com trilhas de John Williams).

•    Munique (Munich - 2005)

Filme sobre os eventos que se seguiram ao massacre dos Jogos Olímpicos de Munique (1972). Devolvendo ao cinema aquele Spielberg de O Resgate do Soldado Ryan, Munique, apesar de possuir um tenso ritmo de thriller, é quase um estudo psicológico em cima do personagem principal Avner (Eric Bana), tornando-se um drama denso e muito realístico. Também reitera a coragem do cineasta de abordar temas polêmicos e, aqui, conseguindo a proeza (que é impossível se tratando da segunda guerra mundial) da imparcialidade no confronto israelo-palestiniano. Foi indicado a cinco Oscars, incluindo melhor filme, melhor diretor e melhor trilha sonora.

•    Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull - 2008)

Como dito anteriormente, a ligação (mesmo sendo óbvia) com os filmes anteriores do arqueólogo necessita ser esquecida. Talvez, assistir esse quarto filme tenha sido nostálgico para muitos espectadores. Porém se trata, apenas, de uma aventura repleta de furos que alcançou o esperado: um lucro dos maiores do ano nas bilheterias de todo o mundo.

•    A Timeless Call (2008 - documentário curtametragem)

Segundo documentário curtametragem da dupla, dessa vez, com a narração de Tom Hanks. For a realizado para a convenção democrata de 2008.



Próximos lançamentos:

1.    War Horse (2011) – Em pós-produção.

2.    As Aventuras de Tintim  (2011) – Em pós-produção.

3.    Robopocalypse (2013) – Em pré-produção.


Por Sihan Felix


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Comentários (1)





Laudemir7 comentou: Nem todos podem ser ilustres; mas todos podem ser bons. Nota
20/06/2011 | Responder