A hora e a vez das mulheres na direção!

Publicada em 06/08/2016 às 16:30

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Nesta semana foi anunciado que a diretora Ava DuVernay será a primeira afro-americana a dirigir um filme com orçamento acima de US$100 milhões. É uma conquista importante, merecida e...tardia. Há apenas 13 anos, Kathryn Bigelow foi a primeira a dirigir um filme nessa faixa de orçamento, e em 2009 levou o primeiro Oscar de direção para uma mulher, com Guerra ao Terror. 

Mas por que, em 121 anos de existência do cinema, apenas neste século essas conquistas aparecem? O machismo é quase uma instituição na indústria do cinema, e causas e consequências podem ser debatidas infinitamente. Mas uma das ações para que esse cenário avance positivamente mais rápido é o próprio reconhecimento do público (não só para o cinema americano, mas mundial). 

Aqui vão alguns nomes de diretoras que, devagar e sempre, trilham caminhos nunca antes percorridos por mulheres no cinema, deixando suas marcas pessoais impressas na telona. 

Sofia Coppola

Sofia Coppola

 

Após uma estreia desastrosa como atriz, em O Poderoso Chefão 3, Sofia Coppola manteve-se no anonimato por quase uma década, mesmo carregando o imponente sobrenome do pai, Francis Ford. Até que em 1999 ela lançou a assombrosa adaptação do livro As Virgens Suicidas, sobre as cinco belas filhas da família Lisbon, que vão pouco a pouco enlouquecendo com a opressiva vida em família mantida pelos pais. Sua primeira indicação ao Oscar veio com Encontros e Desencontros, sobre a amizade entre um ator deprimido e uma jovem estagnada. 

Agnes Jaoui

Agnes Jaoui

 

A francesa Agnes Jaoui é uma tripla ameaça: diretora, roteirista e atriz, ela é responsável por um dos maiores sucessos de bilheteria de seu país, O Gosto dos Outros, em 2000. Já dirigiu outros quatro filmes, para os quais escreveu roteiros em parceria com o ex-marido Jean Pierre Bacri. Seus filmes mostram relações acidentais e complexas entre diversos personagens, sempre questionando os papeis sociais que interpretamos e o conflito gerado quando essa "atuação" torna-se impossível.

Kelly Reichardt

Kelly Reichardt

 

Reconhecida e admirada no circuito alternativo americano, Kelly Reichdart é responsável por filmes minimalistas, em que quase nada é exposto e explicado. Em Old Joy, ela conta a história de dois homens, que já foram grandes amigos, mas que agora parecem falar idiomas diferentes. Em Wendy e Lucy, Michelle Williams interpreta uma garota que decide cruzar os Estados Unidos em sue carro velho, tendo como companhia a cadela fiel. Filmes que parecem exalar melancolia e incerteza. Sua próxima obra é Certain Women, também com Williams. 

Claire Denis

Claire Denis

 

Cultuada, a francesa de 70 anos é pioneira no cinema autoral, que liberta os espectadores dos clichês do cinema ocidental. Criada em colônias francesas na África, ela abordou as marcas da colonização francesa em vários filmes, como Chocolat e Minha Terra, África. Claire Denis também falou sobre sexo e morte, no polêmico Desejo e Obsessão

Jane Campion

Jane Campion

 

A neozelandesa Campion foi responsável por um dos mais aclamados filmes dos anos 90: O Piano. A história de uma mulher muda que tenta escapar do domínio do marido violento deu o Oscar de Melhor Atriz a Holly Hunter e de Melhor Atriz Coadjuvante a Anna Paquin (na época com 11 anos).  Sua filmografia está repleta de filmes sobre mulheres que, de maneiras tortas e nem sempre simpáticas, encontram maneiras de escapar à dominação e violência masculinas. Atualmente ela trabalha na série Top of The Lake

Lisa Cholodenko

Lisa Cholodenko

 

Lisa Cholodenko não apenas dirigiu um filme sobre mulheres, mas um filme sobre mulheres homossexuais que são mães: Minhas Mães e Meu Pai. E conseguiu colocar essa obra na lista de indicados ao Oscar, dentro de um contexto extremamente machista (a Academia é basicamente composta por homens brancos, idosos e heterossexuais, ou seja, um ambiente muito conservador!). 

Anna Muylaert

Anna Muylaert

 

Que Horas Ela Volta?. O longa brasileiro foi muito bem recebido por crítica e público e consagrou não apenas Regina Casé, mas a diretora Anna Muylaert, cuja carreira se estende por mais de duas décadas, como roteirista de TV e cinema. Seu primeiro filme na direção foi Durval Discos. Anna aposta no carinho pelos personagens, que, apesar de nem sempre simpáticos e bondosos, recebem algum olhar de compaixão em seus filmes. 

Sarah Polley

Sarah Polley

 

Sarah Polley começou sua carreira jovenzinha e nunca quis saber de ir para Hollywood virar a namoradinha do protagonista. Até atuou em filmes mais pop, como Madrugada dos Mortos, mas acabou se tornando uma referência de qualidade no cinema independente. Em 2008 estreou na direção com o sensível Longe Dela. Depois vieram Entre o Amor e a Paixão, baseado em sua experiência real com o divórcio, e Histórias que Contamos, um misto de documentário e filme-ensaio sobre sua família. 

Gostou da seleção? Que outros filmes dirigidos por mulheres você recomenda? Deixe seu comentário abaixo e confira nossa seção de filmes sobre mulheres!

Por Fabíola Cunha


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