Alguns questionamentos sobre o Oscar

Publicada em 19/05/2014 às 15:23

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Não há dúvidas de que a grandiosa cerimônia do Oscar é o festival de premiação de cinema de maior visibilidade. Porém, recentemente, muitos críticos e cinéfilos tem questionado toda essa grandeza. Seria esse festival, de fato, a maior cerimônia de premiação? Será que realmente, aquela famosa estatueta dourada, é o prêmio supremo e mais válido que um filme pode receber?

 
O Oscar é uma premiação que acontece anualmente pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. A primeira entrega de prêmios ocorreu no dia 16 de maio de 1929, no Hotel Roosevelt em Hollywood, com objetivo de honrar as produções cinematográficas de maior destaque entre 1927 e 1928. A ocasião tornou-se um dos eventos de maior prestígio do planeta. Dentre todos os festivais de cinema que existem, é esse, sem dúvida, o que o público mais acompanha, tal como, dentre todas as outras premiações de cinema, o Oscar é o mais válido e mais levado a sério por espectadores, pois para a grande maioria que vai alugar, ou assistir um filme, mais vale um selo do Oscar que o filme em questão tem, do que qualquer outro detalhe ou selo de outra premiação. É evidente a preferência do público, em geral – a exceção -, pela premiação do Oscar.
 
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Por toda a sua grandeza e notoriedade, essa premiação se vende, e é divulgada por diversas mídias, que semanas antes da data da premiação, geram uma grande expectativa e especulação em torno dos filmes que concorrem ao prêmio, e seus diretores e atores. Parece, que entre todas as premiações de cinema que existem (Urso de Ouro, Palma de Ouro, Globo de Ouro...), o Oscar é também o que mais investe em propaganda e divulgação, assim como, ao olhar de muitos especialistas e fãs do cinema, é o festival mais pretensioso dentre os outros existentes.
 
Houve controvérsia e revolva, por exemplo, no Oscar do filme Argo, de 2013, que para muitos, não era o melhor, mas foi escolhido por se tratar dos Estados Unidos, sendo que o país é praticamente o protagonista e vítima do filme, que é, em por sua vez, composto por um toque de patriotismo. No mesmo ano, muitos críticos lamentaram-se e manifestaram-se também por Ang Lee, diretor de As Aventuras de Pi, ter sido escolhido como o melhor diretor daquele ano. A conquista de Lee foi considerada injusta, já que para muitos, o diretor não precisou de um mínimo de esforço para dirigir o filme, que foi praticamente todo computadorizado. Outra ocasião que gerou discussão, foi o prêmio de melhor filme do ano de 2005, em que O Segredo de Brokeback Mountain, um filme que foi muito elogiado, bem aceito, e que entrou como favorito, perdeu o troféu de melhor filme para Crash – No Limite, e, de acordo com muitos julgamentos por parte de críticos de cinema e cinéfilos, isso aconteceu pelo fato do filme O Segredo de Brokeback Mountain expor um relacionamento romântico entre dois homens, e o Oscar, não ter coragem de premiar um filme centrado em homossexualismo. Assim, aos olhos de muitos, esse prêmio tende a destacar, muitas vezes, não os filmes mais qualificados, mas aqueles que, por alguma razão específica e talvez por vantagem financeira, são escolhidos. 
 
Por haver, ao longo do tempo, tanta oposição e desavença em relação ao festival em questão, deve haver um questionamento acerca de tudo que o compõe.  Julgamos um filme, e devemos também, e por que não, afinal, julgar qualquer festival ou premiação que um longa venha a receber.  Por que o Oscar é o prêmio mais válido? Pela dimensão e investimento na festa? Pela exposição na mídia? Esses valores citados, são dignos de fazer do Oscar um festival que deva ser considerado maior do que os outros festivais de cinema? Com a riqueza do cinema alemão, por exemplo, por que não nos preocupamos tanto com o prêmio de festivais alemães? Em que momento o Oscar se impôs como o mais importante? Esse texto é somente um questionamento, que tal como a premiação do  Oscar, poderá gerar discórdia, ou que poderá ser abraçado por muitos leitores. Mas o importante dessa leitura, é que essas palavras levem você, leitor, a poder refletir, de alguma maneira sobre essa badalada premiação.
 
Por Ju Vannucchi
(Artigo enviado de forma colaborativa por um saudoso leitor do Cinema10)

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Comentários (2)





Juliana Vannucchi comentou: Michael Cabrerizo Chafla, eu concordo. Esse é um exemplo de filme que, para mim, não merecia tanto elogio.
Obrigada por comentar, espero que tenha gostado do texto e que ele tenha despertado algo em você!
17/08/2014 | Responder

Michael Cabrerizo Chafla comentou: isso explica pq guerra ao terror ganhou tantos oscars 16/07/2014 | Responder