Cartazes de filmes: As funções dos pôsteres de cinema

Publicada em 25/07/2014 às 16:07

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Geralmente, quando mencionamos o nome de um determinado filme, nos lembramos imediatamente de cenas ou personagens de tal película. No entanto, algumas vezes, a primeira coisa que pode vir a nossa mente são os cartazes do filme em questão.

Um cartaz de filme pode ter como função informar sobre o mesmo através de uma imagem sozinha, ou acompanhada de textos rápidos ou frases curtas. Somente a figura em si contida no cartaz pode comunicar aspectos do filme, como o tema (terror, ação, comédia) ou até mesmo, transmitir uma breve premissa da história.
 
Seguem, abaixo, dois exemplos do que foi mencionado acima. Os cartazes do filme 007 deixam claro que a temática do filme é ação, visto que tal gênero, é encontrado nos elementos do título do filme e no objeto que o personagem tem nas mãos.
 
Muitos pôsteres tem também o objetivo de divulgação do filme. Por isso, eles possuem informações sobre data lançamento e também sobre o elenco e produção, pois no caso de um cartaz para divulgação, essas duas últimas características podem cativar o público, uma vez que contenham, por exemplo, nomes de personalidades conhecidas. É comum também observarmos em alguns pôsteres uma pequena nota convidando o espectador a assisti-lo.
 
No exemplo abaixo, vemos um texto convidativo ao espectador. A frase busca intrigar o leitor e despertar o interesse dele. E também há uma nota do ano de estreia do filme como forma de divulgação.
 
Agora neste próximo exemplo, vemos um pôster que indica o nome de um ator popular (Nicolas Cage), e uma frase contida logo abaixo do título O Resgate mencionando que o diretor do filme é o mesmo de Os Mercenários 2. Essa informação é feita porque Os Mercenários 2 é um filme de ação, e como O Resgate também segue essa temática, certamente terá como público principal pessoas que gostam desse tema e as quais muitas já assistiram e conhecem Os Mercenários 2, e dessa forma, se tiverem gostado desse filme, é uma informação que passa credibilidade. Consta também a data de estreia, e a figura também remete ao leitor uma base do tema do filme.
 
 
PÔSTERES MINIMALISTAS E TRADICIONAIS
 
Podemos olhar para um cartaz de filme e imediatamente reconhecermos sua imagem ou lembrarmos o nome da obra ainda que nunca a tenhamos assistido.
 
O Minimalismo é um movimento artístico e cultural que iniciou-se no início dois anos 60 nos Estados Unidos. Resume-se basicamente a noção que passa o próprio nome do movimento: “mínimo”, o menor número possível de dados. Caracteriza-se pelo destaque das formas geométricas e um mínimo de recursos e elementos e escassez de informação. Esse movimento tem ganhado espaço no design de pôsteres de cinema. As figuras contidas nesse trabalho de pôsteres de filmes são simples e têm pouquíssimas informações. No caso desse tipo de design, as imagens contidas no cartaz remetem à ideia ou ícone centrais do filme, geralmente através de uma simbologia existem na película a qual a imagem faz referência. Ou seja, é uma atividade de identificação na qual o leitor através de um mínimo de informação do cartaz deve desvendar o que ali é fornecido ou a qual filme a imagem se refere. Esse trabalho exige grande criatividade por parte do artista uma vez que este terá que harmonizar de maneira coerente elementos simples e que sejam capazes de em conjunto conter uma referência.
 
Porém, é importante mencionar que os pôsteres minimalistas terão sentido e serão na maior parte das vezes compreendidos para o leitor que já tiver um repertório sobre o filme apresentado no cartaz, já que essa arte procura utilizar-se de uma simbologia específica do filme.
 
Já os pôsteres tradicionais são aqueles com os quais estamos adaptados. São os mais usados e mais rebuscados tendo como finalidade passar informações e ideias de maneira direta ao observador do cartaz. Abaixo, seguem exemplos de ambas as tipologias de pôsteres de cinema. Primeiro, tradicionais, e ao lado, minimalistas.
 
 
 
 
CRIATIVIDADE NOS CARTAZES
 
Alguns cartazes transpõe de forma extremamente criativa uma simbologia ou referência do que está contido na narrativa do filme ao qual se refere. Ao longo da história do cinema, podemos notar tal aspecto em diversos pôsteres que carregam essa admirável criatividade. Aqui, seguem alguns pôsteres que valem a pena serem analisados.
 
O SILÊNCIO DOS INOCENTES
 
Nas costas da borboleta que encontra-se na boca da atriz Jodie Foster, há uma caveira. Se observarmos atentamente esta caveira, e fizermos zoom na imagem notaremos que se trata de uma caveira humana, composta com mulheres nuas. Essa figura do ano de 1939, é do pintor surrealista Salvador Dalí.
 
 
BATMAN: O CAVALEIRO DAS TREVAS
 
Neste filme, cujo grande destaque ficou para o personagem Coringa e o ator que o interpretou, vemos um cartaz bem elaborado em que o Coringa encontra-se ao fundo, mas escreve uma frase, aparentemente com sangue, formando o seu sorriso.
 
 
PREMONIÇÃO
 
O filme estrelado por Sandra Bullock possui um verdadeiro uso da técnica artística que denomina-se Gestalt, “Existem conjuntos, o comportamento dos quais não são determinados por seus elementos individuais, mas onde o processo da parte são determinadas pela natureza intrínseca do todo. É o objetivo da Gestalt de determinar a natureza de tais conjuntos” (1924, MAX WEIRTHEIMER).
 
 
O SHOW DE TRUMAN
 
Como o filme tem a temática “televisão”, a imagem que prevalece na foto do cartaz, é formada por inúmeras pequenas imagens televisivas. Um verdadeiro show de criatividade.
 
 
ABISMO DO MEDO
 
Esse filme de terror, apresenta novamente a técnica da Gestalt, muito bem emprega, de forma que, vários personagens juntos, formam a imagem de uma caveira.
 
Essa breve análise sobre os pôsteres de cinema visa tentar apresentar a arte contida nessas imagens, que, muitas vezes, são apenas vistas, mas pouco apreciadas. Quem sabe agora, você, leitor, não passe a prestar mais atenção nos cartazes de filmes, e valorizá-los um pouco mais, visto que eles também são uma parte da genial arte que é o cinema.
 
Por Ju Vannucchi
(Artigo enviado de forma colaborativa por um leitor do Cinema10)

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