Em entrevista, Bryan Fuller fala sobre nova série Star Trek

Publicada em 02/07/2016 às 11:00

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Em meio ao lançamento dos filmes da franquia Star Trek, uma nova série Star Trek está em produção. O site Collider conversou com o produtor Bryan Fuller, que é, entre outras coisas, responsável pela excelente Hannibal (que pode voltar para a 4ª temporada!). Ele também tem experiência no mundo trekker, tendo trabalhado em Star Trek: Deep Space Nine e Voyager.

Bryan Fuller
Vida longa e próspera para o criador de Hannibal, agora no comando de Star Trek

Fuller explica como é estar no comando de um show de TV trekker (e de American Gods), quantos episódios estão planejados e como a nova estrutura dá abertura para que a história seja contada de uma maneira que nunca vimos antes.

Como foi descobrir que você ia receber as chaves desse Lamborghini?

Bryan Fuller: É interessante você dizer Lamborghini porque estamos pesquisando um monte de modelos de carros de corrida para nossas naves espaciais. É maravilhoso. É surreal. Eu não quis ser um escritor, eu quis ser um escritor de Star Trek, e ser capaz de construir uma nova versão do show com novos personagens e uma nova aventura contada de modo inédito...é uma honra e um sonho realizado. É até difícil explicar isso. 

Em que ponto vocês estão no processo de escrita do show?

Fuller: Nós temos o arco da primeira temporada complete e temos os seis primeiros episódios para montar. 

Vão ser 13 ou 22 episódios? 

Fuller: 13.

Eu imagino que será uma história contada em 13 episódios... 

Fuller: Sim.

Eu imagino que a CBS esteja dizendo “precisamos de algo que possa ser contado em 13 episódios”  

Fuller: E há 762 episódios de Star Trek na Tv, então nesses seis episódios iniciais nós temos que contar histórias diferente do que eles já contaram nos últimos 50 anos.

Quando você vai começar a revelar algumas coisas específicas sobre a cronologia e detalhes relacionados a isso?

Fuller: Eu acredito que durante a Comic-Com (feira de cultura pop que acontece em San Diego em julho e é considerado o maior evento da categoria). É interessante porque normalmente eu adoro falar sobre tudo, então estou meio que aliviado que a CBS tenha me calado porque eu dou menos entrevistas e passo mais tempo escrevendo. Mas eu amo falar sobre Star Trek e amo estar envolvido, então quando eu puder falar, vou amar falar. 

Você já sabe que diretores vai trazer para a série?

Fuller: Não contratamos diretores ainda. Nós contratamos Vincenzo Natali, que será nosso director de produção, mas ele não vai dirigir o primeiro episódio.  

Suponho que você já reservou os estúdios?

Fuller: Sim, temos estúdios e já estamos bem adiantados. Nós vamos construir os cenários em algumas semanas. 

Então você basicamente já está se reunindo com atores para o elenco? 

Fuller: Eu conheci alguns atores e é um processo interessante. Há algumas poucas pessoas que gostamos e queremos seguir com o que Star Trek faz de melhor, que é ser progressista. Então é fascinante olhar para todos esses personagens por um prisma sem distinção de cores e gêneros. 

Star Trek nunca teve certos assuntos porque foi gravado em um tempo em que mostrar personagens gays ou outros tipos de personagens causava estranheza. Uma das coisas que mais me empolga é ver uma produção inclusiva e progressista. Você estão trabalhando com esse olhar?

Fuller: Absolutamente. Eu acredito que o público progressista que ama Star Trek vai ficar muito feliz com a continuidade dessa tradição inclusiva.

Uma das coisas que amo sobre a TV é que você pode ser sci-fi de forma intensa, porque você não está tentando atingir todos os grupos de público (os quatro maiores sendo masculino, feminino, acima de 25 anos e abaixo de 25 anos). 

Fuller: Sim, sim. E porque estamos na CBS, não somos submetidos aos padrões de grandes redes. Isso vai nos afetar mais em termos das ousadias que podemos cometer, mas o universo Star Trek não é necessariamente um universo onde as pessoas esperam ouvir muitos palavrões...

O que eles estão pensando sobre o novo show na CBS?

Fuller: Quando eu me encontrei com eles pela primeira vez, eu perguntei se eles tinham um plano, e eles disseram que não. Então eu mostrei meu plano. E foi maravilhoso trabalhar com Alex Kurtzman, por quem tenho muito respeito, ele é uma contador de histórias muito elegante. Construir essa história com ele, que conecta tantos elementos de Star Trek...acho que vai deixar todo mundo muito empolgado, porque você pode olhar para a série original e resgatar alguns episódios dos quais estamos usando o DNA e o espírito da série, ambos em termos de ficção científica de alto conceito e também em termos de maravilhosas metáforas sobre a condição humana.

Quando é o início das gravações?

 Fuller: Começamos em setembro e vamos até, provavelmente, março de 2017.

Então vocês vão ter episódios de 60 minutos? 

Fuller: Acho que nosso tempo será flexível. Não me lembro agora dos parâmetros, mais basicamente o que nos passaram foi “não mais que isso, não menos que aquilo”.

Bryan Fuller e Neil Gaiman - American Gods
Fuller (em pé de óculos) ao lado de Neil Gaiman (à esquerda) e membros da produção de American Gods

Como você está conciliando American Gods e Star Trek? 

Fuller: Estou trabalhando com equips maravilhosas nos dois shows. Michael Green é meu parceiro em American Gods, e estamos perto da metade das gravações da primeira temporada. Então isso é uma vantagem já que estamos começando Star Trek e isso me dá a oportunidade de focar.

A CBS, que não é boba nem nada, já divulgou um teaser que mostra o novo logo para a série e aposta bastante nessa palavra: "novo". Vamos torcer para essa novidade toda ser acompanhada de bons roteiros e atores! 

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Por Fabíola Cunha


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