Liberdade de Direção x Produção

Publicada em 21/05/2014 às 16:34

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Na história do cinema, muitos diretores conseguiram impor a sua marca em suas realizações, apesar de travar alguns duelos com suas produções, que tinham como enfoque o lucro em cima de uma obra cinematográfica, porém a grande razão de ser de um diretor de cinema, é ver suas ideias serem aplaudidas por uma multidão, é ver a reação da plateia a cada cena idealizada em suas mentes cheias de imaginação.

O visionário Alfred Hitchcock, realizador de clássicos como Um Corpo que Cai, e Janela indiscreta, em sua obra-prima, Psicose foi muito censurado pela produção do filme na época, pois o roteiro não tinha o arco e estrutura plausíveis aos olhos dos executivos, porém Hitchcock venceu a batalha por sua arte, tanto que a reação do público da época era de espanto e surpresa, pois o que viam na tela era algo novo, era a história da 7° arte sendo vivida nas sessões da época.
 
Quem disse que Coppola não teve algumas divergências com sua produção na 1° parte de O Poderoso Chefão? A escolha de Al Pacino para o papel de Michael Corleone, foi bastante contestada, pois tratava-se de um jovem ítalo-americano desconhecido dos grandes estúdios, porém Coppola bancou Al Pacino, e a história todos sabem…nascia uma grande estrela.
 
Não estou aqui para apenas criticar os produtores, pois o filme antes da arte em si, é um produto comercial de riscos, que são calculados para melhor atingir o público final, mas partimos do ponto que o público deve ser surpreendido com novos enredos e cenas pensadas, porém existe fórmulas cinematográficas que são repedidas por fazerem sucesso, o chamado 1, 2,3, 4, 5, 6…enquanto for lucrativo, eis o dedo dos produtores. Mas existem casos de parcerias harmoniosas entre Diretor e Produção, no filme Alien o 8° Passageiro de Ridley Scoot, a Produção do filme, deu toda a autonomia a Scoot, para impor suas ideias e seu estilo único de direção. O resultado foi uma obra-prima do gênero de ficção Cientifica, praticamente uma unanimidade de crítica e público.
 
Acredito que o importante é a união entre Diretor e Produção em pró da arte final, o cinema está carente de novas ideias, de roteiros inovadores que possam criar cenas e experiências cinematográficas diferentes, hoje os diretores me parecem um tanto “engessados” em sua criatividade, da nova geração de diretores que abrem um parênteses em minha observação, cito o nome do inglês Christopher Nolan, que mexeu com crítica e público ao lançar seu primeiro filme “Amnésia”, então os estúdios Warner resolver apostar em um jovem diretor ousado e inteligente para reformular o legado de Batman nos cinemas, Nolan impôs respeito com uma releitura do homem morcego, e hoje a Warner lhe dá carta branca em seus produtos cinematográficos valiosos. Liberdade de Direção X Produção, se substituísse o X por E, e acrescentasse a pós a virgula “andam juntos”…acredito que nós cinéfilos seriamos amplamente recompensados, com bons filmes ou até se tivermos sorte....obras de arte.
 
Por Daniel Modesto
(Artigo enviado de forma colaborativa por um leitor do Cinema10)

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Comentários (1)





Felipe Mello comentou: Ótima matéria! Concordo 100% com que foi escrito, o problema é que o público atual só quer assistir ação, explosão, terror gore, animações pasteurizadas americanas e comédias sem graça romântica. Enquanto o público não mudar a mentalidade, muitos diretores e roteiristas talentosos não terão liberdade em seus projetos. Uma pena! 29/06/2014 | Responder