Seriados: quantidade por qualidade

Publicada em 25/08/2014 às 15:57

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Nos últimos anos, cada vez mais, são lançadas grandes quantidades de seriados. Ao mesmo tempo em que a indústria de filmes cresce, aumenta também a produção das séries. É claro que esse crescimento acontece porque sempre há um público interessado em assistir as novidades. Aliás, com a diversidade de temas e desfechos dos seriados de hoje em dia, o que não falta é espectador. Entretanto, ao que parece, assim como tem acontecido com a indústria de filmes, muita produção de série desqualificada tem se apresentado ao mercado, e aquela fórmula básica de "trocar qualidade por quantidade", parece ter se tornado o padrão de muitos seriados atuais.

Já faz um tempo que os críticos de cinema apontam as falhas e decadências do cinema contemporâneo. Normalmente, as críticas se voltam para os desfechos clichês e vazios, e para a incompetência técnica. Ao que parece, esse tipo de observação também deve ser dirigida à superprodução de seriados dos últimos anos.
 
Um excesso de produtividade e uma escassez de eficiência tem sido, ultimamente, o perfil de muita série de TV. Tornou-se difícil não somente acompanhar as sequências de seriados, mas acompanhar também as novidades, devido a vasta quantidade de lançamentos. Encontramos em meio a esse contexto, histórias que poderiam ser boas como, por exemplo, a de Da Vinci's Demons, cujo maravilhoso enredo traça uma biografia do brilhante pintor Leonardo da Vinci, mas que acabam sendo decepcionantes pela desqualificação técnica, despreocupação com detalhes, e grandes deslizes no roteiro que acabam por abalar a eficiência geral do seriado. 
 
Em outros casos, vemos produções como Heroes e Lost, que tinham tudo para serem (a até foram por um tempo) fantásticas, mas perderam sua aprovação e sua categoria com finais medíocres a falta de explicações. Há também, atualmente, muita série com enredo insignificante, como 2 Broke Girls, cujos diálogos são supérfluos e repetitivos, fatores que enfraquecem a série e a fazem perder sua graça (que já não é muita). Ou, existem casos de seriados que, por terem amarrado grande número de espectadores, resolvem se estender, e tornam-se enfadonhos, como foi o caso de House.
 
Também existem as produções que são realizadas na onda das modas do cinema, como as séries de vampiro que aproveitaram o embalo do sucesso da sequência Crepúsculo, e pegaram carona nessa linha de história. Aí, vieram inúmeras com essa mesma temática: Split, The Hunger, The Vampire Diares, True Blood, e etc. Tanto desfecho focado no mesmo assunto que, é claro, tornou-se algo maçante.
 
Lógico que ainda existem séries agradáveis e elogiáveis. Contudo, há também esse outro lado de alguma produções recentes. Um lado que deve nos despertar alguma reflexão sobre o futuro dos seriados, da produção desenfreada das séries, e da falta de criatividade que tem, infelizmente, sido uma característica de muitas histórias.
 
Por Ju Vannucchi
(Artigo enviado de forma colaborativa por um leitor do Cinema10)

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Comentários (2)





henrique comentou: Game Of Thrones. Perfeito. 03/01/2015 | Responder

Flavia Cristina Silva comentou: Perfeito texto. Os seriados de TV e seus públicos partem de 2 vertentes: os que só querem se entreter com algo passageiro ou aqueles que gostam de histórias bem contadas que fique gravados na memória. Eu sou do segundo grupo, pois com tanta demanda que temos por aí, gosto mais de analisar o que eu assisto e com isso, não é qualquer coisa que faz a minha cabeça não. O seriado primeiro tem que ter uma história interessante pra me pegar e depois uma perspectiva sobre até onde ele vai, pode ir, se vale a pena continuar assistindo e etc.... 27/10/2014 | Responder