Dirigido por Carlos Fausto, Leonardo Sette e Takumã Kuikuro,
As Hiper Mulheres foi exibido em mais de vinte mostras e festivais e estreia no dia 26 de abril, em São Paulo, Rio de Janeiro e Recife em data próxima à comemoração do dia do Índio no Brasil.
O filme conta a história de um homem que, temendo a morte da esposa idosa, pede que seu sobrinho realize o Jamurikumalu, o maior ritual feminino do Alto Xingu (MT), para que ela possa cantar mais uma última vez. As mulheres do grupo começam os ensaios enquanto a única cantora que de fato sabe todas as músicas se encontra gravemente doente.
As Hiper Mulheres é uma produção da Vídeo nas Aldeias (VNA), um projeto precursor na área de produção audiovisual indígena no Brasil, criado em 1986. O objetivo do projeto é, desde o início, apoiar as lutas dos povos indígenas para fortalecer suas identidades e seus patrimônios territoriais e culturais, por meio de recursos audiovisuais e de uma produção compartilhada com os povos indígenas com os quais o VNA trabalha.
Sobre o filme
Este filme é fruto de relações. Ele resulta do encontro entre uma comunidade indígena, os Kuikuro do Alto Xingu, e um conjunto de pessoas não-indígenas, comprometidas em produzir um espaço comum de diálogo e de criação. Nasceu como um projeto de documentação cultural e desembocou em uma intensa e apaixonada produção cinematográfica. Depois de fazermos dois documentários – "O Dia que a Lua Menstruou" (28', 2004) e "O Cheiro do Pequi" (36', 2006) – decidimos nos arriscar em um novo formato, o do longa metragem, e experimentar uma nova pegada, menos discursiva e mais sensual.
Queríamos fazer um filme sobre a música e os músicos que fosse tão sutil e vigoroso quanto é a expressão musical entre os Kuikuro. E escolhemos as mulheres como personagens principais pelo combinação de força e delicadeza, que nos surpreendia a cada instante. Acompanhando o ritmo de seus cantos e a vida cotidiana das cantoras, buscamos imprimir uma textura particular à fita, apresentando na tela um mundo diferente, mas ao mesmo tempo familiar em suas emoções, dilemas e alegrias. Queríamos que os espectadores se encantassem com as cores e ritmos, o humor e a sofisticação do mundo kuikuro, sem deixar de perceber que esse mundo também os inclui e também os toca. É esta a alquimia que buscamos no filme.
Os diretores.
Festivais:
39° Festival de Gramado, 2011
44° Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, 2011 Festcine Goiânia, 2011
Semana dos Realizadores (RJ) , 2011
Fora de competição Janela Int. de Cinema do Recife, 2011
Filme convidado - Fora de competição Amazônia Doc, 2011
Filme convidado - Sessão de Encerramento
Forumdoc.bh, 2011 | Filme convidado - Sessão de Abertura
Mostra do Filme Etnográfico (RJ), 2011 Filme convidado - Fora de Competição
International Film Festival Rotterdam - Official Selection (Bright Future section), 2012
Cinélatino 24ème Rencontres de Toulouse, 2012
Festival EDOC, Equador, 2012
30th International Film Festival Uruguay, 2012
BAFICI, Argentina, 2012
Olhar de Cinema, Curitiba 2012
Hollywood Brazilian Film Festival
FICA Festival Internacional de Cinema Ambiental, Goias 2011
World Cinema Amsterdam 2012
VLAFF - Vancouver Latin American Film Festival
Panorama Internacional Coisa de Cinema
Mostra Conquista, Vitória da Conquista
26° Leeds International Film Festival, UK
Rencontres Internationales du Documentaire de Montréal, Seleção Oficial em Competição
13° Festival Filmar em América Latina, GenebraSuíça
34° Festival Internacional del Nuevo Cine Latinoamericano, La Habana
Sobre os diretores:
CARLOS FAUSTO - Professor de Antropologia do Museu Nacional-UFRJ e pesquisador do CNPq e da Faperj. Realiza pesquisas na Amazônia desde 1988. Publicou vários livros e artigos sobre povos indígenas. Desde 2002, coordena projetos de capacitação em video-realização com o Vídeo nas Aldeias e a Associação Indígena Kuikuro do Alto Xingu dos quais resultaram, entre outros, os filmes O dia em que a lua menstruou (2004) e Cheiro de Pequi (2006). É fotógrafo e documentarista.
LEONARDO SETTE - Participou de oficinas na Escuela Internacional de Cine y Televisión (CUBA, 1999), La Fémis (Paris, 2003) e graduou-se em História do Cinema na Sorbonne (2006). Entre 2002 e 2010, participou de oficinas do projeto Vídeo nas Aldeias, contribuindo na formação e nas produções de cineastas indígenas. Dirigiu os curtas-metragem, Ocidente (melhor filme do Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro), Confessionário e, com Isabel Penoni, Porcos Raivosos, selecionado para a Quinzena dos Realizadores em Cannes.
TAKUMÃ KUIKURO - Desde 2002, participa de oficinas de formação audiovisual do Vídeo nas Aldeias e, desde 2004, coordena o Coletivo Kuikuro de Cinema. Recebeu diversos prêmios em festivais nacionais e internacionais por O dia em que a lua menstruou (2004) e Cheiro de Pequi (2006). Em 2011, iniciou formação como editor na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Atualmente, coordena oficinas de vídeo em várias aldeias do país e, recentemente, realizou o curta-metragem Pele de Branco com seu irmão Mahajugi Kuikuro.
por Laísa Trojaike - @LaisaTrojaike
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