Bastidores de A Moça que Dançou com o Diabo (Foto: Michael Willis)
O curta-metragem brasileiro A Moça que Dançou com o Diabo ganhou a Menção Especial do Júri no 69º Festival de Cannes, encerrado ontem, domingo, dia 22. O curta vencedor da Palma de Ouro foi Timecode, da Espanha. A Menção Honrosa não é um prêmio fixo do festival: é dado apenas em alguns casos.
A indicação ao prêmio já foi uma vitória para a equipe do Grupo Kino-Olho, que realizou o filme com pouquíssimos recursos financeiros. De mais de 5 mil curtas inscritos foram selecionados apenas 10, incluindo a produção paulista. Essa é a segunda vez consecutiva que um curta do Grupo Kino-Olho foi escolhido para o festival em mostras competitivas: em 2015 o curta Command Action participou da Semana da Crítica.
Gravado em novembro de 2015 e dirigido pelo cineasta João Paulo Miranda, o filme é uma releitura contemporânea de um lenda do interior paulista, contada há mais de cem anos. A adaptação trata de uma menina que vive o conflito entre a religião e suas descobertas da adolescência. A equipe enfrentou dificuldades financeiras e tentou financiamento através de editais estaduais, sem sucesso. Mesmo assim, foram em frente e conseguiram finalizar o curta a tempo.
O brasileiro João Paulo Miranda (à direita) e o espanhol Juanjo Gimenez, ganhador da Palma de Ouro
Além de A Moça que Dançou com o Diabo, o documentário
Cinema Novo, de Eryk Rocha (filho de Glauber Rocha), ganhou o prêmio da crítica Fipresci no sábado. O longa-metragem
Aquarius, de
Kleber Mendonça Filho, era um dos favoritos, mas não levou prêmios.
Veja o trailer de A Moça que Dançou com o Diabo:
Por Fabíola Cunha
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