12 Horas

Publicada em 25/04/2012 às 14:08

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O que acontece quando um diretor autoral é submetido às regras de produção em massa do cinema comercial estadunidense? Surge uma obra como 12 Horas. Poucos terão reparado que o diretor desse produto é o brasileiro responsável pelo excelente e premiado O Cheiro do Ralo. Os poucos que foram movidos à sala de cinema por esse nome devem ter dormido profundamente durante a sessão.

12 Horas é um quebra-cabeça cinematográfico. Produtores elegeram um argumento e escolheram um roteirista conveniente, que, aliás, é co-produtor do projeto, selecionaram alguns rostos bonitos e atrativos para o elenco e somaram isso a um diretor competente que aceitou seguir as regras. As peças foram confiadas ao cineasta Heitor Dhalia (que ficou contrariado por não poder fazer maiores alterações no script) para que ele fizesse disso uma obra coesa e de rendimento financeiro razoável. Trabalho feito? Sim. Bom filme? Não.

Se Amanda Seyfried procura meios para se sobressair, ela está trilhando o caminho errado. Certamente, a atriz possui um grande talento e podemos vislumbrar isso em diversos momentos do longa, no entanto, com um roteiro e uma produção limitantes, pouca margem sobra para ultrapassar limites.

Roteiro, direção e atuações juntos são capazes de ceder ao filme um bom enigma (afinal, é loucura ou realidade?). O clichê da dúvida acerca da sanidade foi muito bem revisitado, porém pessimamente explorado, como se houvesse o constante cuidado para não extrapolar os limites do comumente aceito e do facilmente digerível pela maioria do público.

Enquanto a fotografia trabalha a favor do contexto geral do longa, com cores frias remetendo (intencionalmente ou não) à angústia da protagonista e com close-ups que desafiam o espectador a descobrir o desfecho da história, a trilha sonora em si é automaticamente ignorada e absorvida pelo produto final como anexo necessário.

Ao fim, 12 Horas inicia os créditos deixando a sensação de uma produção feita sob moldes. Seria excelente ver o que aconteceria caso o orçamento, o roteiro e a livre direção tivessem sido dadas a Heitor Dhalia. Talvez não tivéssemos alguma obra prima, mas certamente o sono não nos perseguiria por mais de uma hora.

Saiba mais sobre o filme 12 Horas.

Por Laísa Trojaike

Comentários (1)





luiz henrique bezerra gomes comentou: melor d q todos esse sim e fime 14/10/2012 | Responder