Conan, o Bárbaro (2)

Publicada em 26/09/2011 às 14:30

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Aquele ditado de auto-ajuda já diz: “Querer é poder.” Ele relata a verdade? Essa versão atualizada do bárbaro cimério diz que sim. E é basicamente isso. Duvida? Não aconselho. Em poucos segundos você deverá estar com as vísceras reviradas por um bando de loucos, procurando um pedaço do seu nariz ou perdendo sangue rapidamente e sem salvação.

A história original (da HQ) não tem espaço aqui (pode estar sangrando até a morte em algum lugar, talvez) e a relação com o filme homônimo estrelado por Schwarzenegger é praticamente nula. Aqui, o que vale é ser franco, direto e rude: Conan quer. Conan faz. Você está vivo? Não está mais.

A chance de desenvolver um enredo sustentado pelo conflito emocional estabelecido no promissor primeiro ato (exceto pela cena de parto mais tosca que pude presenciar até então) é esquecida para dar lugar a uma carnificina apelativa e um enredo banal, previsível e grosseiro.     

O diretor, Markus Nispel, que tem se especializando (com louvor) em destruir filmes originais com os seus fraquíssimos remakes (passando por O Massacre da Serra Elétrica e Sexta-Feira 13), com esse filme alcançou o seu auge. E, claramente, tem gostado de muito (mas muito mesmo!) sangue. Nispel deixa, inclusive, inúmeras pontas soltas que se sustentadas poderiam tornar o filme muito mais atraente para tentar cativar com a brutalidade sanguinária.

Jason (poderia ser o mascarado de Sexta-Feira 13 – mas tem sangue a mais nas mãos do guerreiro) Momoa é esforçado e tenta passar alguma humanidade ao Conan (apesar das suas sobrancelhas imutáveis e seu olhar sempre depreciativo – que não justifica o passado do personagem). Mas é fato, ainda que haja algumas controvérsias, que o ex-Mister Universo e eterno Exterminador não foi superado, mesmo com o pouco texto que havia para ele àquela época.

O 3D é especialmente descartável, com exceção da animação inicial. A chata trilha sonora é um amontoado genérico de filmes B e C e os efeitos especiais conseguem disfarçar, junto à fotografia enoitada, as imagens vistas, o que torna a hemorragia visual (literalmente) menos trash.

Sabe aquele ditado de auto-ajuda que diz “Querer é poder.”? Se ele relata a verdade, só as tentativas podem comprovar. Mas você quer ir mesmo assistir Conan, o Bárbaro? Não posso impedir, apesar de querer o contrário. Já assistiu? Então, tenho certeza que, com requintes da mais pérfida crueldade, você esquartejou 10% do seu dia.

E querer voltar no tempo agora não é poder.

Bons e ruins filmes para nós!

Saiba mais sobre o filme Conan, o Bárbaro.


Por Sihan Felix - @sihanfelix

Comentários (1)





Luis Barbaro Neto comentou: HE...de certa forma, concordo com o texto acima.
porém, o filme em si, não foi um fracasso pois tornou público a necessidade de se fazer uma adaptação à altura do que já tinha sido feito ... décadas atrás...para os saudosistas.. esse novo filme foi um ultraje, ele é, mas não pelo fato de oferecer um novo conan, carismático e com as características certas do personagem de BOB Howard, bem melhor que o ogro mongol estrelado pelo SCHRZ... lembrem da cena em que conan passa o tempo preso, girando uma roda, isso nem se quer fez em algum momemto parte da essência do personagem...e no momento em que vão os três, roubar a torre da serpente...quem vai na frente é o subotai. seguido por valéria e lá atrás vem o conan...que coisa.
nesse novo longa, podemos perceber claramente que ele está no auge, é um jovem conan, destemido, inconsequente e irrefreável. mas com grande sabedoria e destreza com o manejo exímio da espada que foi seu estigma.
Jason Momoa, ficou perfeito como conan, alto e atlético..só não deram tempo o suficiente ´para seu corpo se acostumar com as mudanças bruscas de treinamento e clima das regiões onde filmaram, o cara estava enorme como o KHAL drogo, depois perdeu massa definindo seus músculos para o novo personagem, mais ágil e com muito mais cenas de lutas...quem realmente estragou tudo foi a lionsgate em escolher o alemão MARCUS NISPEL para dirigir e FREAR a produção...um bom roteiro, ótimos atores só que mal dirigidos e pessimamente editado o filme ...
VIDA LONGA AO CIMÉRIO
17/04/2014 | Responder