Publicada em 09/01/2012 às 14:11
Margin Call é, de longe, uma bela propaganda enganosa. Um trailer que deixa o expectador ansioso, entretanto peca pela lentidão e termos técnicos. O enredo, que parece atraente, conta a história de uma empresa que, da noite para o dia, descobre estar à beira da falência. A promessa de uma trama instigante se fortalece na ideia de que essa história se passa em meados de 2008, quando o mundo todo foi sucumbido por uma crise financeira de grandes repercussões.
A ideia é boa, mas a execução foi um belo tiro no pé! Nem o elenco consegue salvar Margin Call de ser um belo sonífero. Trata-se de um filme para poucos, provavelmente economistas, CEO´s e pessoas interessadas por ver retratado no cinema toda a tensão que, inevitavelmente, acompanhamos pela mídia nos últimos anos. Entretanto, não deixa de ser um retrato real e cruel do que realmente acontece nas grandes corporações.
Nem Kevin Spacey, nem Demi Moore conseguem levantar a moral de Margin Call diante do público, que se divide entre os decepcionados e os entediados. Sinceramente, acho que apenas a atuação de Zachary Quinto e Penn Badgley é capaz de trazer algum sentido mais dramático ao filme, pela interpretação de Peter e Seth – os amigos jovens e ansiosos com a vida em xeque diante dos tubarões executivos.
Talvez com um pouco mais de movimentação e uma trilha mais emocionante o filme poderia trazer um pouco de dinamismo à trama, o que infelizmente não foi o caso.
Saiba mais sobre o filme Margin Call - Dia Antes do Fim.
Por Lu Meningue
Entre os aspectos formais interessantes está a duração de 24h, modelo do teatro grego, e que, neste caso, corresponde à intensidade em que se desenrolam fatos que mudam radicalmente a vida de pessoas e da história. A vida dos personagens centrais não será nunca mais a mesma, assim como, estamos vendo, a vida econômica,e, portanto, a política, não está sendo mais a mesma.
Acho importante destacar mais uma qualidade do filme, além dos diálogos magníficos, que é o poder narrativo ou poético de certas imagens, como a imagem inicial da chegada dos "degoladores", que já estabelece de início um clima de tensão, assim como duas imagens de Nova York, vistas, uma da base do heliponto e outra da janela, nas quais os protagonistas falam da beleza da cidade e do seu amor a ela. Nota 12/01/2012 | Responder