O Mensageiro

Publicada em 22/02/2010 às 01:09

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O Mensageiro

O Capitão Tony Stone (Woody Harrelson) é um cara de cabeça raspada e de poucos sentimentos, o motivo talvez seja o seu trabalho que não o deixa escorrer uma lágrima pela sua travada face. Para ajudá-lo, ele recruta o Sargento Will Montgomery (Bem Foster), um jovem recém chegado do Iraque. O serviço é um dos mais árduos: notificação de luto de parentes envolvidos em batalha. Isso deve ser feito de uma maneira rápida e mecânica, sem contato íntimo ou demonstração de piedade, esse é o tema do drama “O Mensageiro” (The Messenger – 2009).

Stone deixa bem claro para Montgomery que eles não são treinados para prestar nenhum tipo de ajuda e para jamais se envolver. Eles tinham um script a seguir e precisavam agir com destreza para evitar que a mensagem fosse dada antes pela televisão ou internet. O que torna a ação interessante é a reação das pessoas diante de uma tragédia: às vezes com silêncio e o respeito pela difícil tarefa que é fazer isso, por outros com raiva, como um pai, Dale Martin (Steve Buscemi) que resolve jogar toda a culpa neles e no exército, os chamando de covardes e cuspindo em seus rostos.

A convivência que ambos vão desenvolvendo os faz se aproximarem numa amizade totalmente convincente. É quando conhecemos o outro lado de Stone, um ex-soldado no golfo pérsico, é um cara estrovertido fora daquela armadura e vive tentando abandonar o alcoolismo. Montgomery é mais reservado e se vê dividido em um dilema entre a relação obscura com Kelly (Jena Malone), uma ex-namorada que não conseguiu esperar o seu retorno e estava prestes a se casar com um cara ou quebrar as regras e se entregar a uma repentina e culposa paixão que tem por Olivia Pitterson (Samantha Morton), uma viúva notificada por eles. Ele vê Olivia como uma mulher sofrida e a oportunidade de um recomeço amoroso.

Enquanto o personagem de Harrelson consegue mostrar o quanto ele pode ser um mestre, devido a sua frieza em dar notícias indesejáveis, o de Foster é o jovem sentimental, transtornado por experiências recentes e que se segura no começo para não dar um abraço nas pessoas. O filme jamais se desloca para o lado do dramalhão e há várias cenas engraçadas. O diretor Oren Moverman contou uma história sobre as conseqüências que uma guerra provoca e de como às vezes é difícil conviver com a verdade e a angústia de mensageiros que poderiam ser eles mesmos, a notícia a ser dada a algum parente.

Saiba mais sobre o filme O Mensageiro.

Por Jean Garnier.

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