Sherlock Holmes 2: O Jogo de Sombras (3)

Publicada em 01/02/2012 às 17:34

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Para os fãs da série de livros do inigualável Sir Arthur Conan Doyle, ambos os Sherlock Holmes estrelados por Robert Downey Jr. podem soar como destoantes. Acontece que ambas as obras cinematográficas pecam em não serem adaptações diretas das histórias do detetive inglês e o resultado disso é um roteiro muito menos complexo que o conteúdo original. Sendo assim, Sherlock Holmes surge como mais um excelente entretenimento, repleto de detalhes e artifícios que, se não compensam o script pouco inteligente, pelo menos fazem valer (e muito) o ingresso pago.

Downey Jr. incorpora Holmes com tanta naturalidade quanto encarna aquele super-herói da Marvel e, certamente, isso se deve ao seu talento que, tal como uma bebida de boa safra, torna-se melhor ainda com o tempo. O ator lida com a personalidade excêntrica de Holmes sem problema algum e, com muita naturalidade, explora e expõe todos os humores necessários para se fazer compreender a confusa mente do mais famoso morador da Backer Street. E é possível dizer o mesmo do mais sensato, porém não menos conflitante, Watson, interpretado por Jude Law.

A dama da vez é Madam Simza (Noomi Repace), que equilibra a testosterona no lugar da Irene Adler (Rachel McAdams), que, nesse segundo filme, teve sua sagacidade diminuída e acaba vítima de uma tola fatalidade. As outras duas novidades são Stephen Fry (como o irmão mais velho de Sherlock, Mycroft Holmes) e Jared Harris (como o maior inimigo do protagonista, Professor James Moriarty). Embora o primeiro fique bastante aquém das expectativas (pois em diversos momentos o misterioso irmão não parece ser mais astuto que o caçula, como deveria ser), é o segundo que realmente não corresponde às perspectivas.

Embora Harris seja um excelente ator, a carapaça de vilão parece não ter se ajustado tão bem a ele e aquele que deveria ser superior a Holmes, deixou a impressão de ser igual (no máximo) ou inferior. Mas a culpa não é toda do ator, que certamente deu o melhor de si. A direção não foi capaz de dar a Moriarty a pompa e o mistério que merecia. Ele nos é mostrado, ei-lo e só.

Guy Ritchie conduz o filme num ritmo perfeito e equilibrado auxiliado pela montagem excelente. O drama, a comicidade, a ação, a tensão e, claro, o slowmotion (marca do diretor) tem, cada qual, a devida dose, fazendo com o que o filme não se torne maçante ou excessivo por sobrecarregar o espectador com apenas um aspecto. E tudo isso embalado por uma trilha adequada que não se sobressai, mas que também não é imperceptível, ajudando a introduzir o espectador na ilusão da imagem.

Se comparado ao filme anterior, a sequência pode ser tida como muito mais sensata. Enquanto naquele tentaram igualar a complexidade da trama à complexidade dos mistérios dos livros e o resultado não foi dos melhores, nesse optaram por uma narrativa mais simples e objetiva, impedindo que o casal de roteiristas Michele e Kieran Mulroney acabassem tropeçando nos próprios pés. Cabe aqui um destaque para a última cena em que o Professor Moriarty aparece: um belíssimo diálogo (uma disputa de egos) envolvendo um jogo de xadrez que vale pelo filme inteiro.

Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras é ousado em suas ideias, belo em seu visual, instigante em seu ritmo. É um filme que merece ser visto, mesmo pelos apreciadores mais herméticos dos livros, pois, mesmo não sendo fiel, é uma diversão e uma experiência cinematográfica de muito bom gosto, ainda que embalada pela contemporaneidade demasiado técnica.

Saiba mais sobre o filme Sherlock Holmes 2: O Jogo de Sombras.

Por Laísa Trojaike

Comentários (2)





Aline C. comentou: O filme em si é bom, os atores melhores ainda, só que eles exageraram no efeitos especiais achei o único ponto fraco do filme. Os livros é claro são muito interessantes o melhor pra mim é o primeiro : Um Estudo Em Vermelho. Mais vale muito apena o filme. 09/09/2012 | Responder

neide comentou: estou louca pra assistir adorei o primeiro, o sengundo deve ser melhor ainda. Nota
09/02/2012 | Responder