Tudo Pelo Poder

Publicada em 09/01/2012 às 16:21

Comente



A verdade por trás dos bastidores. Quantas e quantas vezes não ouvimos essa expressão, principalmente em época eleitoral ou após a revelação de algum escândalo? Tudo pelo Poder (Ides of March – 2011) é uma visão cínica e terrívelmente pertubadora do processo eleitoral norte-americano, mas poderia ser de qualquer país, pois fica óbvio que o idealismo cego leva certamente a desilusão.

Stephen Meyers (Ryan Gosling) é um dos acessores de Mike Morris (George Clooney), candidato a Presidente dos Estados Unidos. Ele, em meio as primárias do partido Democrata em Ohio, tentam de qualquer maneira garantir a nomeação de Mike no embate contra o senador Ted Pullman (Michael Mantell).

Meyers é o tipo de profissional acelerado. Conhece diversas pessoas, tem ótimos contatos e parece ter sempre tudo a sua mão. Tudo começa a mudar após um debate e Meyers recebe um convite de Tom Duffy (Paul Giamatti), gestor de campanha de Pullman. Meyers sente algo estranho, resolve contatar ao seu chefe de campanha, Paul Zara (Philip Seymour Hoffman).

Em comum, Meyers e Duffy querem o apoio do senador Franklin Thompson (Jeffrey Wright) o que garantiria mais poder e 365 delegados a campanha. Só que Duffy quer algo a mais: avisa que todos os políticos são iguais e convida Meyers a trabalhar para Pullman. Meyers recusa e afirma que está com Morris não apenas por dinheiro, mas que confia nele.

Meyers, aos poucos, percebe que Duffy tem razão. O jovem acessor começa uma relação sexual com Molly Stearns (Evan Rachel Wood), uma estagiária e filha de Jack (Gregory Itzin), presidente do Comitê Nacional Democrata. Em um de seus encontros, Meyers descobre uma estranha ligação de Molly com Morris, e que o seu resultado poderia mudar a história da eleição.

A todos instante, a palavra traição parece perseguir os personagens, deixando claro que todos nesse meio podem ter um lado sombrio. O título original do filme deixa isso claro:  “Idos de Março”, faz referencia ao dia 15 de março de 44 a.C., quando o imperador de Roma, Júlio César, foi traído por seu amigo e um dos seus mais confiáveis aliados, Brutus.

Mesmo para aqueles que não gostam de política e muito menos entendem o sistema eleitoral dos Estados Unidos, Tudo pelo Poder dá pistas – de maneira um pouco superficial – sobre manobras políticas (vide o escândalo real da estagiária Monica Lewinsky) e o quanto cada personagem coloca a sua vida à venda. Mesmo se tratando de ficção, dá calafrios só de imaginar toda sujeira que se esconde em cada eleição.

Saiba mais sobre o filme Tudo Pelo Poder.


Por Jean Garnier

Comentários (0)





Nenhum comentário, ainda. Seja o primeiro a comentar!