Três anos depois da viagem para Búzios, Mari (Gianne Albertoni), Tita (Andréia Horta), Aninha (Fernanda Souza) e Estrella (Débora Lamm) se reencontram no Rio de Janeiro onde Mari, produz um Festival de Música. Estrella volta da Argentina e seu 'novo' pai, Pablo (Nelson de Freitas), espera que a herança deixada para a 'nova' filha possa salvá-lo das dívidas e ajudar na construção de sua pousada. Mal sabe ele que a única herança é uma samambaia de estimação.
Um dos primeiros a prestigiar o evento é o Chicleteiro (Lúcio Mauro Filho), que faz questão de chegar antes de todo mundo para ver o show do Chiclete com Banana do gargarejo. Rita (Maria Clara Gueiros), a fiel escudeira de Pablo, faz campanha para atrair mais hóspedes para a pousada. Aninha consegue o emprego no Festival, mas acaba "perdida" com as demandas do astro da música pop-sertaneja Renan, galã (interpretado por Bruno Mazzeo), que tem mais amor a seu cabelo esdrúxulo que às fãs. Tita, após três anos vivendo em Londres, está decidida a arrumar um emprego como fotógrafa e tenta se readaptar ao país. Já no Rio, ela é quase atropelada por um ciclista, Augusto Henrique (Marcelo Adnet), o paulista com quem ela teve uma história em Búzios, no primeiro filme.
Veja também:
Muita Calma Nessa Hora (2010)
A irregularidade se repete em Muita Calma Nessa Hora 2. A sequência reúne novamente o quarteto de amigas que se reencontra três anos depois da viagem para Búzios. Mari está coordenando a produção de um grande festival de música no Rio e convida as companheiras para o evento. Bruno Mazzeo, que é competente em fazer humor, tem claras dificuldades em desenvolver o arco dramático da história. Ele assumidamente constrói o filme sustentado-o em esquetes.
Como a trama é supérfluo e não o principal, sobra o riso que surge dos muitos talentos individuais do humor que o filme reúne. Ri-se de Marcelo Adnet, de Maria Clara Gueiros, de Lúcio Mauro Filho, etc. Mas ri-se deles, de suas capacidades individuais de fazer graça e não do desenrolar da história, que é mera coadjuvante. Uma incongruência em se tratando de cinema.
Há lá um romance que não empolga envolvendo os personagens de Gianne Albertoni e Rafael Infante - o comediante do Porta dos Fundos vive uma paródia do vocalista do grupo Los Hemanos. Temos também uma subtrama paralela envolvendo Pablo (Nelson Freitas) e Rita (Maria Clara Gueiros), que abrem uma pousada na cidade e se veem perseguidos por gângsteres argentinos cobrando uma dívida. Nada disso acaba interessando muito o espectador, que fica esperando a próxima gag como num programa de TV.
Não se trata de cobrar que Muita Calma Nessa Hora 2 se aprofunde nas questões existenciais de Tita, Mari, Aninha e Estrella. A produção é uma comédia que não quer ser levada a sério, que usa e abusa de clichês. Mas comédia ou não, trata-se de um filme.
A história deve vir em primeiro lugar, deve ser credível aos olhos da audiência por mais nonsense que seja. É preciso se envolver com ela. É preciso que tomemos contanto com personagens nos quais acreditemos e tenhamos empatia ou antipatia. Falta isso tudo em Muita Calma Nessa Hora 2. Falta ser cinema. Nota 31/03/2014 | Responder