Crítica | O Hospedeiro: o início do legado de Bong Joon-ho

Publicada em 15/08/2020 às 12:00

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Quando um descarte incorreto de substâncias tóxicas é feito no rio Han da Coréia do Sul, uma mutação monstruosa começa a assombrar quem vive na região.

Dirigido pelo premiado Bong Joon-ho, o filme é um dos primeiros longas de sua carreira e um dos grandes responsáveis por revelar seu talento para o mundo. Depois da vitória de Parasita (2019) no último Oscar, houve um interesse geral dos amantes de cinema em conhecer mais dos seus trabalhos anteriores.

É nítido como o cineasta não se fixa somente nas mesmas ideias, ele ousa sair da zona de conforto. Embora seus filmes tenham diversos pontos em comum, cada história surpreende de uma maneira distinta.

Em O Hospedeiro (2006) não seria diferente, sabendo que na época de sua estreia foi a produção mais lucrativa da história da Coréia do Sul. Uma trama angustiante de tirar o fôlego que consegue variar entre seus três gêneros cinematográficos com uma rapidez impressionante. Assim como os outros filmes de sua carreira, as cenas variam entre drama, ação e terror de forma super conectada e sútil.

Além disso, é possível dizer que fizeram quase um milagre com o baixo orçamento que possuíam. Ainda que os efeitos visuais deixem a desejar, é justificável pela época de lançamento e o tamanho da dificuldade de criar um monstro computadorizado em 2005 fora do eixo Hollywood. Nesse caso, o roteiro consegue segurar as pontas de qualquer contra-tempo visual.

Com críticas muito interessantes, vemos um verdadeiro caos trazido por culpa dos Estados Unidos, além de outros temas reais como a desumanização das vítimas que também entram na roda. Em diversos momentos, é possível notar um juízo à irresponsabilidade e o egoísmo dos norte-americanos com tudo que está fora de suas fronteiras.

Quanto ao elenco, atores excelentes que entregam um ótimo trabalho, dando destaque à Song Kang-ho, já conhecido em outros filmes do diretor, e a Go Ah-sung que fez um trabalho incrível com apenas 13 anos de idade.

O Hospedeiro não é um filme esquecível, mas obra que sempre terá um lugar na memória de quem assiste. Angustiante e corajosa, essa história marca o início de um grande legado do diretor. 


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