Publicada em 20/07/2021 às 11:19
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A trilogia Rua do Medo da Netflix, composta pelos filmes em ordem de lançamento: 1994, 1978 e 1666, vem ganhando muitos fãs no último mês. Inspirada pelos livros de RL Stine, autor de Goosebumps, seu roteiro se mostra original e certas vezes até "inusitado", comparado aos demais filmes "slasher" da atualidade.
Mas mesmo com a originalidade, ainda fica a dúvida: vale a pena assistir? Rua do Medo é uma trilogia boa de filmes de terror?
Separamos aqui algumas considerações sobre cada produção para que você possa se basear antes de assistir.
Alguns nomes do elenco:
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O elenco de Rua do Medo é praticamente todo composto por jovens, alguns novos no ramo, outros já conhecidos por papéis anteriores. Entre eles, estão: Sadie Sink (Stranger Things), Kiana Madeira (Gatunas) e Olivia Scott Welch (Panic).
Para nós, o elenco foi um ponto muito positivo para o desenvolvimento da história.
Começando por Henry, interpretado por Benjamim Flores Jr, um adolescente fanático por contos de terror, roqueiro e no auge de sua nerdisse. A atuação de Benjamin foi uma surpresa boa e totalmente necessária em Rua do Medo: 1994, principalmente por seu jeito tímido, os traços de alguém não muito sociável e até seu grande interesse pelos assassinatos que ocorreram no passado da cidade de Shadyside. Graças e ele, a história deu um pulo de desenvolvimento e se mostrou muito mais satisfatória.
Além dele, temos a protagonista Deena que, nos dois primeiros filmes (1994 e 1978) não se destacou muito, sendo algumas vezes até apagada por outros personagens, mas que deu um show de interpretação em Rua do Medo 1666, dessa vez também interpretando a bruxa Sarah Fier.
Ziggy, interpretada pro Sadie Sink em 1978, mostrou sua força e mereceu, com toda certeza, seu protagonismo no segundo filme. A atriz, que já vinha sendo elogiada pelo papel de Max em Stranger Things, ganhou ainda mais respeito no mundo da TV.
Desenvolvimento da História:
O que começou com um simples filme de terror slasher sem muitas dificuldades, virou uma história bem elaborada em 1666. O desenvolvimento de Sarah Fier foi fundamental para isso e trouxe qualidade ao resto da trama.
Apesar de alguns erros de continuação e possíveis furos de roteiro nos dois primeiros filmes, 1666 "consertou" o que precisava ser consertado, misturando elementos de terror com fatores históricos e sub tramas de cada personagem.
Ao contrário de 1994 e 1978, o longa que desvendou a verdade por trás da maldição da bruxa e da origem de cada serial killer, teve mais conteúdo e se preocupou mais em explicar o que antes parecia confuso.
O terror em si:
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Os assassinos de Shadyside não dispensam a arte de fazer as pessoas sangrarem. É com um misto de cenas violentas e gritos que as três histórias se compõem. Em 1994 e 1978 certos quadros nos deixam com a sensação de "mal estar" pela forma como foram retratados sem pudor e nem pressa.
Para aqueles que amam o gênero e se preocuparam com isso, podem ficar tranquilos. Apesar do foco principal não ser esse, a trilogia apresenta bem a questão do terror e do suspense.
Por outro lado, Rua do Medo também nos apresenta uma perspectiva mais leve, adolescente, como se também tivesse a intenção de nos aliviar e quase transformar a atmosfera sangrenta em "divertida".
Elementos cômicos e relacionamentos:
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O famoso "alívio cômico" também está presente em Rua do Medo. Inclusive, muitos personagens são marcados por isso, como o personagem de Fred Hechinger, Simon, e o personagem de Darrell Britt-Gibson, Martin.
Em vários momentos de tensão, as piadas exageradas ou aquelas mais previsíveis, são as que nos divertem e deixam a atmosfera do filme "compreensível". Um dos marcadores para aceitar a trilogia de braços abertos é exatamente esse: entender que o humor faz parte do enredo.
Além do humor, também destacamos a forma como os relacionamentos foram desenvolvidos, focando em Deena e Sam. A princípio, não é fácil entender a necessidade da quebra do terror ao inserir cenas de "pegação", presentes em praticamente todos os filmes. No entanto, à medida que os personagens vão evoluindo, suas relações internas e externas também vão e, aos poucos, enxergamos o início, meio e fim de cada relacionamento, assim como o porquê de aquilo ter sido mostrado.
Sam e Deena realmente se amavam, e esse amor percorreu gerações, o que justifica sua força e persistência desde o início. A relação das duas é bonita e ao mesmo tempo delicada, com certeza formando um dos pontos mais fortes da história.
Considerações Gerais:
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Rua do Medo chega com uma proposta diferente e divertida. Mesmo com furos significantes, no geral, os pontos são muito mais positivos do que negativos.
Destaque para 1666 que teve uma proposta mais completa e com muito mais qualidade de atuação.
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Por Isabella Procópio
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