Publicada em 11/10/2017 às 12:12
Gwyneth Paltrow, Harvey Weinstein, Angelina Jolie
Desde a semana passada, quando uma reportagem no jornal The New York Times foi publicada, o magnata do cinema Harvey Weinstein, fundador dos estúdios Miramax (já fechado) e The Weinstein Company, viu seu império de prêmios, sucessos e muitos abusos colapsar de forma estrondosa.
Tanto a reportagem do TNYT quanto a reportagem da revista The New Yorker, publicada logo depois, relatam agressões em diversos níveis cometidas por Weinstein contra mulheres. Assédio, abuso e estupro já foram relatados, bem como acordos secretos que Weinstein ofereceu para as vítimas ficarem caladas - além de muitas ameaças, é claro.
Atrizes como Asia Argento, Rose McGowan, Ashely Judd, Mira Sorvino, entre outras, relataram ocorrências que expõe um comportamento agressivo, criminoso e sistemático de Weinstein contra mulheres, usando de seu poder para exigir favores sexuais em troca de avanços na carreira.
Desde as publicações, Weinstein, de 65 anos, foi demitido da presidência de sua própria empresa. Seu irmão e sócio, Bob, diz que não sabia de nada. A divulgação das reportagens e de consequentes notícias está funcionando como um mega terremoto seguido de réplicas e tremores secundários.
Muitas mulheres se pronunciaram quase de imediato às revelações, enquanto o silêncio masculino gerou uma onda de protesto nas redes sociais. Apenas na terça-feira (11) atores e diretores engrossaram as vozes de crítica ao magnata.
As atrizes Gwyneth Paltrow e Angelina Jolie também relataram assédio sexual de Weinstein: "Eu era uma criança, eu tinha um contrato, eu estava petrificada", disse Paltrow, se referindo ao assédio sofrido quando ela tinha 22 anos, nos sets de Emma, em 1996. Anos depois, ela venceu um Oscar por Shakespeare Apaixonado, graças à campanha feroz da Miramax para promover o filme.
Aos 65 anos, Weinstein tem um Oscar pelo filme Shakespeare Apaixonado (pela Miramax) e distribuiu nos Estados Unidos outros dois vencedores do prêmio em 2011 e 2012: O Discurso do Rei e O Artista (já pela The Weinstein Company).
O caso Weinstein é mais um em uma série de exposições feitas por mulheres contra os homens da indústria do cinema e TV. Nos últimos anos, mais e mais mulheres têm conseguido falar sobre as agressões sofridas, embora ainda haja uma "lei do silêncio" em vigência.
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