Publicada em 07/10/2017 às 15:17
Harvey Weinstein
O magnata do cinema Harvey Weinstein, fundador dos estúdios Miramax (já fechado) e The Weinstein Company, anunciou seu afastamento por tempo indeterminado do comando da empresa.
Weinstein está sendo acusado por diversas mulheres de assédio e abuso sexual, em mais um capítulo do levante feminino contra agressores no showbiz americano.
Nesta semana o jornal The New York Times publicou uma reportagem que expõe um comportamento agressivo, criminoso e sistemático de Weinstein contra mulheres, usando de seu poder para exigir favores sexuais em troca de avanços na carreira.
A atriz Ashley Judd é uma delas. Ela já havia relatado o assédio sem ter revelado o nome do assediador, mas falou à reportagem do TNYT. Weinstein emitiu um comunicado e disse "sentir muito" pela dor causada às colegas. Também disse que vai procurar terapia.
A divulgação da reportagem do TNYT causou um furacão em Hollywood. Dois executivos da empresa pediram demissão. Uma repórter da Fox News expôs uma agressão sexual contra ela ocorrida em 2005.
A autora Mika Brzezinski, que fechou acordo com a companhia de Weinstein, ameaçou cancelar o contrato caso o chefão do estúdio não abandone o cargo.
Aos 65 anos, Weinstein tem um Oscar pelo filme Shakespeare Apaixonado (pela Miramax) e distribuiu nos Estados Unidos outros dois vencedores do prêmio em 2011 e 2012: O Discurso do Rei e O Artista (já pela The Weinstein Company).
O caso Weinstein é mais um em uma série de exposições feitas por mulheres contra os homens da indústria do cinema e TV. Nos últimos anos, mais e mais mulheres têm conseguido falar sobre as agressões sofridas, embora ainda haja uma "lei do silêncio" em vigência.
Por Fabíola Cunha
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