"Ouro Negro" - Bem antes do Pré-Sal.

Publicada em 29/12/2009 às 09:42

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Na difícil missão de chamar atenção do público em meio aos arrasa-quarteirões “Avatar”, “Lua Nova” e “2012”, o brasileiro “Ouro Negro”, dirigido por Isa Albuquerque, entra em sua terceira semana de exibição. O longa, que possui no elenco nomes conhecidos como Danton Mello, Thiago Fragoso e Maria Ribeiro, livremente baseado em fatos reais, divide-se em dois atos e possui a busca pelo petróleo no Brasil como fio condutor.

Orçado em R$ 6 milhões, um dos grandes desafios encontrados por Isa foi de conseguir realizar a obra com apenas metade do que imaginava precisar. Isto porque o valor total não foi captado. Com isso, a diretora precisou modificar algumas situações anteriormente pensadas para que conseguisse contar a história da maneira como queria. “Como a pesquisa estava muito bem fundamentada, com imagens de arquivo e jornais de época, foi possível concentrar a preparação deste filme em um período de seis meses. As filmagens, que duraram cerca de cinco semanas, foram realizadas na cidade do Rio e em Marica (interior do Estado do Rio de Janeiro), pois lá encontramos um coqueiral idêntico ao ambiente natural de Alagoas (onde a história se passa), no sítio da Fundação Darcy Ribeiro”, conta ela, que já dirigiu outro filme, “Histórias do Olhar”.

Em cartaz apenas em São Paulo e Rio de Janeiro – com previsão de, nas próximas semanas, avançar por outras praças -, Isa apenas lamenta a ausência de espaço para que um filme independente como “Ouro Negro” possa plenamente chegar ao público. Entretanto, aposta que com a volta do petróleo aos noticiários (com a descoberta do Pré-Sal) possa incentivar ainda mais o público a comparecer aos cinemas. “As descobertas dispararam uma nova corrida mundial em busca do petróleo em águas ultra-profundas.  Além disso,  o  contexto mundial, neste momento, é adverso à prospecção do petróleo, pois estamos diante de uma grave crise ambiental que pode determinar o fim da humanidade caso não sejam cortadas as emissões de gases poluentes. Sendo assim, espero que o filme provoque reflexões sobre este momento. O país precisa investir no desenvolvimento de uma nova matriz energética”, analisa a cineasta, que também aposta no interesse do espectador brasileiro em conhecer um pouco mais de sua história. “O brasileiro conhece toda a história dos Estados Unidos, compra os produtos e o estilo de vida americanos através de suas comédias de costumes, dramas e tragédias. O cinema é, comprovadamente, uma importante ferramenta de expansão da cultura e de conquista de mercados. Por que não pode ser usado a favor da difusão e do reconhecimento da identidade brasileira?”

Saiba mais sobre o filme Ouro Negro.

Por Rodrigo Soares

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