O Dia dos Namorados neste ano caiu num domingo e, com o frio que anda fazendo, pelo menos nas regiões sul e sudeste, uma boa dica de programa a dois pode ser um filminho sob as cobertas. Mas para não cairmos na mesmice e indicarmos os já conhecidos filmes românticos de sempre, que tal garimpar algumas opções alternativas para essa data?
Loucos por Nada
Essa comédia neozelandesa traz duas pessoas pra lá de excêntricas, desajustados sociais mesmo, que encontram o amor da forma mais bizarra - e fofa. Eles participam de uma festa na qual precisam se fantasiar de seu animal favorito. Daí vem o nome original do filme: Eagle vs. Shark, Águia vs. Tubarão. A partir daí, eles se unem para combater antigos bullies da escola, reencontrar personagens do passado e, é claro, se apaixonar. Destaque para as animações em stop-motion que aparecem no filme, dando um ar ainda mais maluquinho à produção.
Embriagado de Amor
Considero esse o único filme tolerável de
Adam Sandler. E é mais que tolerável, é adorável. Dirigido por
Paul Thomas Anderson,
Embriagado de Amor é uma estranha comédia dramática-romântica conta a história de um homem de negócios à beira de um ataque de nervos, lidando com uma família insuportável e acessos de raiva cada vez piores. Quando ele conhece uma mulher discreta e independente, ele vê a oportunidade certa para a mudança que precisa em sua vida. Destaque para os atores coadjuvantes, como o saudoso
Phillip Seymour Hoffman.
Adam
Em
Hannibal,
Hugh Dancy interpreta um colaborador do FBI que possui inteligência acima da média e também está dentro do espectro autista. Alguns anos antes, ele interpretou o protagonista desse filme sensível e nada piegas:
Adam, um jovem com Sindrome de Asperger, cuja dificuldade para se comunicar e entender o mundo ao redor é o principal desafio para seu relacionamento com uma jovem professora. Interessante perceber que ela, que seria a pessoa 'normal' do casal, acaba complicando as coisas por ser muito mimada e imatura. As atuações são muito boas, especialmente de Dancy.
Elsa & Fred
Alfredo tem 78 anos, perdeu a esposa há sete meses e está melancólico, como se nada mais houvesse a fazer na vida. Elsa, também idosa, vê as coisas com um olhar diferente: politicamente incorreta, desbocada, mas muito amorosa, ela parece aproveitar os dias com um espírito jovial e alegre. Quando se conhecem, percebem que o romance é algo que não morreu para eles, mesmo que o mundo ao redor pareça querer vê-los resignados, esperando o fim. Essa comédia argentina é tão graciosa e bem feita, que vai botar um sorriso em rostos de 8 a 80 anos. Uma versão americana de
Elsa&Fred foi produzida, com
Christopher Plummer e
Shirley MacLaine como protagonistas.
Hoje eu Quero Voltar Sozinho
Esse filme nacional recente é um marco por abordar temas que comumente não aparecem no cinema brasileiro de forma inteligente: a amizade entre um grupo de adolescentes, a deficiência visual de um deles, a paixão entre dois amigos que ainda estão descobrindo a homossexualidade. Tudo tratado de forma sensível, doce, comovente, mas verossímil.
Hoje eu Quero Voltar Sozinho é desses filmes que abordam discriminação, amizade e adolescência sem parecer novelinha da Globo e sem didatismo. Por incrível que pareça, isso é bem raro.
Por Fabíola Cunha
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