Aos poucos e com muito esforço, as mulheres estão conquistando todas as ocupações em Hollywood. Antes eram apenas rotinhos bonitos e corpos bem feitos para agradar o público masculino. Agora elas são diretoras, produtoras executivas, roteiras e protagonistas. Dentre o material de alta qualidade produzido atualmente, destaco três séries protagonizadas por suas próprias criadoras: Girls, The Mindy Project e Crazy Ex-Girlfriend.
Girls
Jessa, Marnie, Hannah e Shoshanna
Desde 2012 a série Girls impressiona não apenas o público feminino. Criada e protagonizada por Lena Dunham, que também é produtora executiva, roteirista principal e showrunner da série, esta comédia-dramática mostra os trancos e barrancos de quatro jovens mulheres que moram em Nova York. Se você está pensando que é parecido com Sexy and the City ou Gossip Girl, é exatamente o contrário.
A própria Dunham afirmou: "Gossip Girls era adolescentes sendo duquesas no Upper East Side e Sex and the City era mulheres que [tinham] conseguido trabalho e amigos e agora querem firmar romance e vida familiar. Havia um 'buraco no meio' deste espaço que realmente não foi abordado.
Como é ser uma jovem mulher em Nova York?
Hannah (Lena Dunham), Jessa (Jemima Kirke), Marnie (Allison Williams) e Shoshanna (Zosia Mamet) não vivem uma vida glamurosa na Big Apple cheia de aventuras amorosas sensacionais. Elas ralam para conseguir trabalhos que pagam pouco ou quase nada, se dedicam com unhas e dentes para estudar, lidam com o machismo e sexismo todo santo dia, sofrem as mais complicadas desilusões amorosas e, o mais importante, tentam ser feliz.
O que precisamos para ser feliz?
Mas, a série não é tudo uma desgraça. Na minha opinião é um retrato um tanto realista do que é ser um jovem mulher nos dias de hoje, ou pelo menos tentar ser a mulher que queremos ser. Judd Apatow, um dos produtores executivos chegou a afirmar que Girls proporcionou aos homens a compreensão sobre feministas realistas. Claro que passamos por dificuldades nas nossas vidas, mas temos vários momentos de felicidades que compensam o resto.
A série está na quinta temporada e já teve quarenta e oito episódios, infelizmente a sexta temporada será a última.
Feministas realistas
Para a crítica, a série mostra a natureza nua e crua através do humor e com um pegada revigorante ao fazer um retrato mais realistas das mulheres e suas relações, não apenas com homens, mas sociais, profissionais e pessoais, que a media mainstream não apresenta. O show é visto como audacioso, diferenciado, perspicaz, dolorosamente engraçado, pungente e original ao mostrar as angústias na vida de uma jovem adulta: sexualidade, auto-estima, auto-aceitação e imagem corporal.
Aceite seu corpo!
Girls já foi nominado trinta e sete vezes em diversas categorias e ganhou os seguintes prêmios:
Emmy de Melhor Elenco em Séries de Comédia em 2012 (Jennifer Euston); Writers Guild of America Awards de Série Nova em 2012; Peabody Award de Área de Excelência em 2012; Globo de Ouro de Melhor Série Televisiva e Melhor Perfomance por uma Atriz numa Série Televisiva - Comédia ou Musical (Lena Dunham) em 2013; Directors Guild of America Awards de Melhor Realização Editorial em Série de Comédia (Lena Dunham) em 2013; Art Directors Guild Awards de Melhor Episódio de Meia Hora em Câmera Única (Judy Becker) em 2013; e BAFTA de Prêmio Internacional em 2013.
A série já está chegando a seu fim, mas não é tarde para começar a assisti-la!
The Mindy Project
Danny Castellano, Mindy Lahiri e Jeremy Reed
A série The Mindy Project estreiou em 2012 e está na quarta temporada, oitenta episódios já foram divulgados. Esta série romântica-sarcática criada, protagonizada e narrada por Mindy Kaling, também produtora executiva, narra as aventuras da ginecologista-obstetra Mindy Lahiri (Mindy Kaling), uma mulher romântica que se envolve nas mais engraçadas situações profissionais e amorosas, sempre tendo a ajuda dos seus colegos de trabalho.
Danny Castellano (Chris Messina) é seu melhor amigo-inimigo, eterno flerte e também médico; Jeremy Reed (Ed Weeks) é um médico inglês que administra a clínica onde ela trabalha; Peter Prentice (Adam Pally) é outro médico também muito amigo de Lahari; Morgan Tookers (Ike Barinholtz), meu favorito, é um atípico enfermeiro, ex-presidiário e fã número um de Lahari; Tamra Webb (Xosha Roquemore) é outra enfermeira, uma mulher também com a personalidade forte; e Beverley (Beth Grant) é uma senhora recepcionista um tanto tarada.
Calor humano é pouco
Kaling é elogiada por sua perfomance e caráter original, ela traz um humor inteligente, charmoso, caricato, selvagem e peculiar. Lahiri é uma médica extremamente competente que, apesar da ocupada vida profissional, tenta encontrar seu príncipe encatado na cidade de Nova York. Nos primeiros episódios você pode achar que a personagem é fútil, mas isto é uma crítica de Kaling às mulheres que ainda acreditam que apenas um amor de contos de fadas lhes trará felicidade. Além de criticar o ideal de romance hollywodiano, Kaling se afirma como uma forte e linda mulher indiana.
Ela não segue o padrão de beleza, ele tem a pele escura e é encorpoda, mas nem por isto ela deixa de ser extremamente bonita. Ela se auto-afirma quase como uma deusa, e com razão. Todas nós mulheres deveríamos fazer isto, amor nossos corpos, cabelos e rostos, somos bonitas sim e ninguém vai nos fazer acreditar no contrário.
A deusa Mindy
The Mindy Project já foi nominado vinte e quatro vezes em diversas categorias e ganhou os seguintes prêmios: Critics' Choice Television Award de Série Nova Mais Emocionante em 2012; Casting Society of America de Melhor Sucesso em Elenco - Piloto Televisivo - Comédia (Felicia Fasano) em 2013; Gracie Award de Melhor Produtor - Entretenimento (Mindy Kaling) em 2013 e de Melhor Atriz Protagonista em Série de Comédia em 2014; People Maganize Awards de Casal da TV do Ano (Mindy Kaling e Chris Messina) em 2014; e Satellite Award de Melhor Atriz - Série Televisiva de Comédia ou Musical (Mindy Kaling).
Finalmente chegamos à série caçulinha Crazy Ex-Girlfriend, que estreiou ano passado e já tá dando o que falar.
A comédia-dramática-musical-romântica-sátira criada e protagonizada por Rachel Bloom, também produtora executiva, narra a história de Rebecca Bunch (Rachel Bloom) que estava ralando pesado em um trabalho em Nova York fazendo dinheiro, mas isto a deixou triste. Um dia ela estava chorando muito e decidiu se mudar para West Covina, California. Amigos novíssimos e carreira nova, por acaso é onde Josh mora, mas isto não é porque ela está lá. Isto é basicamente a música da abertura da série, que resume divertidamente a história da série. Por isto, ela é chamada de ex-namorada louca e tem o coração partido, apesar dela negar, afirmar que o termo é sexista (e é) e tentar explicar que a situação é muito mais sutil que isto.
É melhor você ver a abertura e conferir:
Buch namorou Josh Chan (Vincent Rodriguez III) durante um acampamento dez anos antes de reencontrá-lo em Nova York. Buch entende isto como um sinal e pressionada por uma propaganda de manteiga joga tudo para o alto e vai para California. Ela é contrata por Darry Whitefeather (Pete Gardner) em um firma de advocacia, se torna melhor amiga de sua companheira de trabalho Paula (Donna Lynne Champlin), tenta se aproximar da sua estranha vizinha Heather (Vella Lovell) e tem uma relação complicada com Greg (Santino Fontana), amigo de Josh.
Mas, logo ela descobre que Josh namora a insuportável Valencia (Gabrielle Ruiz).
Natal californiano
Cada episódio tem várias músicas originais, quando Rebecca ou outro personagem interagem sobre a situação a qual estão passando. As músicas tentam ser românticas, mas na verdade narram como o que está acontecendo é tão bizarro.
Aquele momento que os amigos chegam
A série é tida como charmosa e faz um comentário excêntrico sobre as relações humanas. Felizmente já foi renovada para a segunda tempora. Crazy Ex-Girlfriend já teve três nomiações e ganhou as seguintes: Globo de Ouro de Melhor Atriz - Série Televisiva Musical ou Comédia (Rachel Bloom) e Critics' Choice Award de Melhor Atriz em Série de Comédia, ambos em 2016. Esta série promete.
"Emoção" de Rachel Bloom ao ganhar o Globo de Ouro
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