A Casa

Publicada em 26/07/2011 às 12:38

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A Casa Foto Crítica

O suspense chega a beirar o absurdo, é assim que se pode definir o clima tenso do filme uruguaio A Casa. Pai e filha, Wilson (Gustavo Alonso) e Laura (Florencia Colucci), chegam a uma casa de campo, no meio do nada, com o matagal já alto, para dar uma ajeitada. Ao menos, é isso que dá a entender quando o dono da casa, Néstor (Abel Tripaldi), chega e avisa que ela está abandonada há muito tempo, mas que já tem um comprador à vista.

Néstor promete que volta em seguida com comida para eles. Wilson e Laura se acomodam nos sofás para dormir antes de iniciar o trabalho. Tudo isso acontece nos primeiros minutos e já em seguida Laura começa a ouvir barulhos estranhos que vêm do andar de cima da casa. Néstor tinha, inclusive, pedido a eles para não subirem a escada, porque está velha e perigosa.

Mas Laura insiste para que seu pai verifique que barulhos são aqueles. Ele, então, sobe as escadas e Laura ouve novos barulhos, imaginando o que deve ter acontecido. A partir daí, o suspense se prolonga por praticamente todo o filme. A tensão não dá folga, e o desfecho é controverso. A direção é do estreante em longas-metragens Gustavo Hernández, que se baseou numa história real, ocorrida em 1944, em um vilarejo ao norte do Uruguai.

A Casa conta o que teria acontecido segundo as investigações policiais do caso, que terminou arquivado, e resultou em dois corpos mutilados, encontrados na casa. O filme ganhou mídia por divulgar que realizou um plano sequência sem cortes de quase 80 minutos, pouco mais do que a duração do filme. Sobre isso, alguns especialistas afirmam que a premissa é falaciosa. Além disso, foi filmado com uma câmera fotográfica, mas nem isso parece ter surpreendidos críticos, que compararam A Casa a outros filmes que já utilizaram os mesmos recursos.

Essas críticas parecem ter uma gota de preconceito com o cinema latino-americano que, aos poucos, vem ganhando alguns louros pelas suas produções. De qualquer forma, se o filme não surpreende pelos já conhecidos clichês das produções à la Bruxa de Blair e pelo roteiro enxuto, tem o mérito ao propor uma preenchimento para as lacunas que ficaram do inquérito policial.

Além disso, quem gosta de ficar com os nervos à flor da pele, vai ficar satisfeito, ao menos em relação ao suspense. A respiração contínua e ofegante de Laura, marcada pela trilha sonora, com a utilização de outros recursos, como espelhos e fotografias de máquinas instantâneas conferem ao filme A Casa uma ótima sessão de medo.

Saiba mais sobre o filme A Casa.


Por Paula Cassandra

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