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Conan, o Bárbaro (2)



Aquele ditado de auto-ajuda já diz: “Querer é poder.” Ele relata a verdade? Essa versão atualizada do bárbaro cimério diz que sim. E é basicamente isso. Duvida? Não aconselho. Em poucos segundos você deverá estar com as vísceras reviradas por um bando de loucos, procurando um pedaço do seu nariz ou perdendo sangue rapidamente e sem salvação.

A história original (da HQ) não tem espaço aqui (pode estar sangrando até a morte em algum lugar, talvez) e a relação com o filme homônimo estrelado por Schwarzenegger é praticamente nula. Aqui, o que vale é ser franco, direto e rude: Conan quer. Conan faz. Você está vivo? Não está mais.

A chance de desenvolver um enredo sustentado pelo conflito emocional estabelecido no promissor primeiro ato (exceto pela cena de parto mais tosca que pude presenciar até então) é esquecida para dar lugar a uma carnificina apelativa e um enredo banal, previsível e grosseiro.     

O diretor, Markus Nispel, que tem se especializando (com louvor) em destruir filmes originais com os seus fraquíssimos remakes (passando por O Massacre da Serra Elétrica e Sexta-Feira 13), com esse filme alcançou o seu auge. E, claramente, tem gostado de muito (mas muito mesmo!) sangue. Nispel deixa, inclusive, inúmeras pontas soltas que se sustentadas poderiam tornar o filme muito mais atraente para tentar cativar com a brutalidade sanguinária.

Jason (poderia ser o mascarado de Sexta-Feira 13 – mas tem sangue a mais nas mãos do guerreiro) Momoa é esforçado e tenta passar alguma humanidade ao Conan (apesar das suas sobrancelhas imutáveis e seu olhar sempre depreciativo – que não justifica o passado do personagem). Mas é fato, ainda que haja algumas controvérsias, que o ex-Mister Universo e eterno Exterminador não foi superado, mesmo com o pouco texto que havia para ele àquela época.

O 3D é especialmente descartável, com exceção da animação inicial. A chata trilha sonora é um amontoado genérico de filmes B e C e os efeitos especiais conseguem disfarçar, junto à fotografia enoitada, as imagens vistas, o que torna a hemorragia visual (literalmente) menos trash.

Sabe aquele ditado de auto-ajuda que diz “Querer é poder.”? Se ele relata a verdade, só as tentativas podem comprovar. Mas você quer ir mesmo assistir Conan, o Bárbaro? Não posso impedir, apesar de querer o contrário. Já assistiu? Então, tenho certeza que, com requintes da mais pérfida crueldade, você esquartejou 10% do seu dia.

E querer voltar no tempo agora não é poder.

Bons e ruins filmes para nós!

Saiba mais sobre o filme Conan, o Bárbaro.


Por Sihan Felix - @sihanfelix
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