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Contágio (1)



Pouco sabemos o que aconteceu antes. Na verdade, quase nada.  Acompanhamos os fatos como ponto de partida o “Dia 2”, no qual a bela Beth Emhoff (Gwyneth Paltrow) aparece descontraida, tomando uma bebida e conversando pelo celular com alguém que prefere o anonimato. Mal sabe Beth que aquela simples traição está colocando em risco a existencia humana no planeta Terra. Contágio (Contagion – 2011) são várias histórias sobre o horror invisível e a decadência social.

Dias após, Beth tem um colapso, caí no chão espumando pela boca. Algumas horas depois, os médicos estão cerrando a sua cabeça para examinar o cérebro. O marido dela, Mitch (Matt Damon) entra num desespero tão grande que não vê que seu enteado, Clarck, acaba morrendo dos mesmos sintomas. Mitch é logo isolado, só que inexplicavelmente ele é imune à doença. Assim como em Guerra dos Mundos, Mitch tenta fugir da cidade, só que devido a quarentena, é obrigado a suportar o caos e esperar que sua filha seja vacinada.

Em Atlanta, Estados Unidos,  agentes do Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos se reunem com o doutor Ellis Cheever (Laurence Fishburne) e a doutora Erin Mears (Kate Winslet) para informar que, para eles, a doença é uma arma biológica, com a intenção de provocar a desordem as vésperas do feriado de Ação de Graças.

As baixas vão se multiplicando ao redor do mundo e a vacina ainda não é descoberta. Para piorar todo o cenário, o jornalista sensacionalista Alan Krumwiede (Jude Law) alega ter se curado da doença usando um homeopático feito com base em forsythia. Isso provoca pânico na população, que ao tentar obter a tal forsythia sobrecarrega as farmácias e aumentam ainda mais o número de infectados.

Em um debate na televisão, Krumwiede cria mais outra enorme polêmica ao acusar Cheever de informar a amigos que deixem Chicago antes que a quarentena seja imposta.  Mais tarde sabemos que o jornalista na verdade nunca ficou doente e que só inventou a história da cura para conspirar a favor da indústria farmaceutica.

O vírus é batizado de Mev-1, é mais letal que a gripe suína e o H1N1.  Para descobrir a origem da doença, a epidemiologista da Organização Mundial da Saúde, Leonora Orantes (Marion Cotillard)  viaja para Hong Kong e acaba sendo sequestrada.

Contágio deixa aquela sensação de não sabermos direito do que ter medo e é capaz que, por algum tempo, influencie alguns espectadores nos seus hábitos higiênicos.  O diretor Steven Soderbergh (Onze Homens e um Segredo) narra de  maneira crua sobre como o medo domina não apenas a sociedade, mas também deixa assustadas e perdidas pessoas – oficiais, médicos, autoridades – que aparantemente teriam que ter o controle da situação.

Soderbergh constrói a sua história usando como metáfora o sentimento de desconforto pertubador das nossas doenças sociais – arrogância, estupidez, ignorancia – e como tudo isso é tão perigoso como um novo vírus. Há também o paralelo sobre a rapidez com que se avança esse vírus e o “virais” que espalham alguns boatos que circulam pela internet – no caso do filme, é o abalo que traz para a sociedade as fofocas que Krumwiede publica em seu blog, isso faz com que o jornalista seja chamado de “Profeta”.

Apesar de interessante, o elenco rechado de estrelas é mal aproveitado. Quantas produções se dão ao luxo de ter três atrizes vencedoras do Oscar – Paltrow, Cotillard e Winslet – e matar uma logo no começo e subaproveitar outra? Spoiller: no final do filme o diretor nos revela o tal “Dia 1” e de como possivelmente, e banal, é o surgimento do vírus.

Saiba mais sobre o filme Contágio.

Por Jean Garnier
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