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Imortais



Filmes que abusam da mitologia grega para dar sentido a toda uma épica carnificina podem tanto se tornarem interessantes, como 300, ou cair na bobagem descartável como a refilmagem de Fúria de Titãs. Imortais (Immortals – 2011) é um pouco de tudo disso e fica exatamente entre 300 e Fúria, com uma narrativa sofrível e algumas interessantes cenas de guerra.

Após uma histórica e sangrenta guerra, os vencedores Deuses do Olimpo aprisionam os Titãs no Monte Tártaro. Anos depois da Titanomaquia, Hyperion (Mickey Rourke), o vilão da vez é um brutamontes carregado de ódio e mágoa com os Deuses que não ouviram as suas preces. Ele resolve se vingar e libertar os Titãs, para isso, precisa do Arco de Épiro, uma arma com enorme poder criada por Ares (Daniel Sharman).

Do outro lado está Teseu (Henry Cavill) naquelas típicas cenas de campones alegre e bonzinho que faz de tudo para o seu povo. Ele corta a lenha com uma facilidade que a madeira até parece manteiga e aproveita para mostrar que os seus bíceps estão afinados – e prontos para interpretar o Superman em mais uma suspeita tentativa de recriar o homem de aço. Entre uma machadada e outra, ouve atentamente os conselhos do seu mentor, uma encarnação terrestre mais velha de Zeus (interpretada por John Hurt). Teseu mal sabe que é o “queridinho” dos Deuses, exatamente por ser filho de um deles, Poseidon (Kellan Lutz).

Depois de sequestrar a virgem sacerdotisa Phaedra (Freita Pinto), Hyperion avança por lugares cada vez mais distantes lançando a sua ira e inovando na arte de trucidar pessoas. Em uma dessas investidas, escravisa Teseu. Enquanto isso Zeus – mais jovem e másculo interpretado por Luke Evans – se reúne com os outros Deuses para avisar que eles não podem tomar partido e interferir na luta entre Hyperion X Teseu.

Teseu faz amizade com outro prisioneiro, Stavros (Stephen Dorff), e em um esbarrão acidental que leva de Phaedra, fica sabendo que o seu futuro é nebuloso: a profetisa tem uma visão assustadora com Teseu e Hyperion abraçados.

Como na mitologia, Teseu enfrenta o Minotauro e deixa claro que muita coisa ainda vai acontecer, seja em templos grandiosos ou em intemináveis batalhas sempre com um visual por vezes escuro em demasia como quisesse esconder – se fosse para maquiar algo, o diretor Tarsem Singh poderia ter tentado agir no fraco roteiro se a ideia era transformar esse filme no novo 300.

Até o final, Hyperion continuará empregando as suas técnicas brutais de tortura até conquistar o arco, Teseu quer vingança, Stavros faz algumas piadas para quebrar o clima de carnificina, os Deuses gregos batem cabeça entre eles e Phaedra apenas acompanha o grupo para dar um toque feminino a história. Todos juntos e terrívelmente desinteressantes.

Saiba mais sobre o filme Imortais.


Por Jean Garnier
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