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Onde Está a Felicidade?



Desde o trailer, o filme não esconde e não engana o espectador: é uma autoajuda disfarçada de comédia européia. Construído sobre a velha questão da guerra dos sexos, ora defendendo elas, ora defendendo eles, discorre muito superficialmente acerca da busca pela felicidade em si e acaba focando em detalhes desnecessários.

Enquanto a fotografia e o figurino remetem claramente à estética de algumas comédias do cineasta espanhol Pedro Almodóvar, o roteiro não é capaz de fazer jus à imagem. As roupas, maquiagem e cabelos retrô em tons coloridíssimos e contrastantes, não só soam completamente anacrônicos como fazem Teodora (Bruna Lombardi) parecer estúpida e (ainda mais) fútil, principalmente após diversos figurinos espalhafatosos e sapatos de salto em pleno caminho de Santiago de Compostela.

A trama por si só parece completamente inconsistente e forçada, como quando se tem um bom argumento mas não se sabe explorá-lo. E como se isso não soasse suficientemente duvidoso, somos presenteados com (pelo menos) três péssimas interpretações que, juntas, são capazes de nos privar da catarse própria do cinema. Bruna Lombardi se mostra incapaz de interpretar o histerismo da personagem principal, enquanto a espanhola Marta Lorralde (Milena) beira o irritante. A terceira aparição, que visa testar a paciência do espectador, é a pequena e artificial Hanna Rosenbaum, mostrando que, se pretende continuar com essa carreira, terá de melhorar muito.

Enquanto diretor, Riccelli mostra certa evolução perante seu primeiro longa, O Signo da Cidade. Já sua esposa, Bruna Lombardi, definitivamente está muito aquém de um nível razoável de qualidade de roteiro, recorrendo, frequentemente, à comicidade de apelo sexual pouco adequada. Ademais, o filme revela algumas aparições como Dani Calabresa e Marcelo Adnet que beiram o inútil. Aparições, inclusive, que não fazem jus aos atores.

Onde Está a Felicidade? deixa a desejar perante aquilo a que se propõe. Não comove, apela para fazer rir, mas é de uma beleza notável e graficamente criativo. Ainda que passivo de crítica, diverte, além de ser um guia de comportamento para os turistas desavisados (e alheios à sua condição de turista). Ao fim, não se decide quanto à mensagem, nem pende para algum lado, permanecendo sobre o muro de uma forma por demais insossa e neutra, tornando-se dissonante com a proposta inicial.

Saiba mais sobre o filme Onde Está a Felicidade?.

Por Laísa Trojaike
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