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Planeta dos Macacos: A Origem (2)



Tendo em vista todas as sequências que teve o primeiro Planeta dos Macacos (1968), contando inclusive com o remake (2001) homônimo de Tim Burton, a notícia de (mais um) título para a franquia gera o puro e simples medo. É um blockbuster, claro, e, sendo assim, a produção foca mais no retorno financeiro e acaba negligenciando o roteiro e demais detalhes capazes de tornar o longa mais inteligente e, consequentemente, uma obra-prima.

Foi bastante difícil abandonar o preconceito e ir ao cinema, mas o esforço valeu a pena. Sem expectativas, foi fácil notar que o filme não era tão acéfalo quanto um blockbuster costuma ser. Embora os CGs sejam incapazes de reproduzir um macaco tão convincente quanto aquele King Kong do Peter Jackson e seja, a princípio, de uma humanidade estranhíssima, César nos conquista com sua racionalidade selvagem, principalmente pela excelente interpretação de Andy Serkis (que, convenhamos, merece algum prêmio!). Serkis, que interpretou também o Gollum (Senhor dos Anéis), Haddock (As Aventuras de Tintim) e Kong (King Kong), transmite com maestria mais do que esperaríamos de um mero macaco cognitivamente mais evoluído.

James Franco e John Lithgow contribuem enormemente para o elenco. Franco, condizente com o papel, equilibra adequadamente o filho desesperado, o cientista esperançoso e o mentor impressionado e orgulhoso, enquanto Lithgow se enquadra perfeitamente no personagem, oscilando entre os sintomas do mal de Alzheimer e a lucidez completa. Vale ressaltar que Tom Felton (o Draco de Harry Potter) parece ter ficado maculado como o idiota perverso.

É, de fato, uma pena que o roteiro não seja capaz de acompanhar o que o filme tem de melhor. Os dois primeiros atos nos maravilham, ainda que percorrendo por alguns clichês, ganham a confiança do espectador, para, no último ato, destruir o que haviam conquistado. Poderia ter sido épico! Mas optaram por cenas de ação, com sequências que punham em xeque dados anteriormente fornecidos. Um estrago! Enfim, o blockbuster se revela.

Sendo a origem, esperamos pingos nos is (e cada macaco no seu galho, etc.). Eles nos são dados, mas ao invés de se tornar um clássico ao lado do original, rumam pelo caminho errado e caem nas mãos do comum, do óbvio e do, infelizmente, pouco marcante. Não irei me admirar se em pouco tempo a maioria tiver esquecido essa produção. Tampouco ficarei surpresa caso as próximas gerações continuem a assistir o clássico de 1968 e nem sequer saibam da existência desse de 2011.

Saiba mais sobre o filme Planeta dos Macacos: A Origem.
Por Laísa Trojaike
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