Eficiência. Talvez não haja palavra melhor para definir esse novo trabalho do diretor Neil Burguer, de O Ilusionista. Sem Limites é a reunião de um personagem central carismático, uma fotografia interessante e que auxilia (com beleza) a trama, uma trilha sonora de bom gosto, efeitos visuais (e sonoros!) inventivos, uma montagem bem estruturada e uma direção que em nenhum momento deixa o ritmo cair.
Bradley Cooper, na pele de um escritor iniciante com a famigerada crise da página em branco, convence e alcança, aqui, sua melhor atuação para a tela grande. Robert De Niro parece ter descoberto que seu piloto automático, mesmo não nos apresentando aquele ator de décadas passadas, ainda o faz permanecer níveis acima da maioria dos seus colegas e Abbie Cornish, que não se utiliza (apenas) da sua beleza para conseguir seus papéis (vide Megan Fox) é firme em sua performance.
Mas e o roteiro? Então... escrito por Leslie Dixon a partir do livro de Alan Glynn, o roteiro comete, infelizmente, o mesmo pecado que diminui substancialmente o valor geral da obra: o didatismo exagerado. Esse mal, que pode ser visto no em cartaz Não me Abandone Jamais, tem transformado produções excelentes em filmes puramente comerciais. E se a falha nesse outro é exposta pela narração em off apenas ao final, em Sem Limites, os relatos falados redundantes e desnecessários durante a projeção podem incomodar e, como tem sido comum, ofender o espectador (de forma ainda mais grave).
Portanto, como a chamada do filme pergunta quantos sabem o que é se tornar a versão perfeita de si mesmo, posso afirmar que Sem Limites quase descobriu e, se tivesse acreditado mais em nós (acreditado de verdade!), seria a primeira grande obra live action do ano.
Bons e ruins filmes para nós!
Saiba mais sobre o filme Sem Limites.
Por Sihan Felix