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Tekken



obs: Não recomendo a leitura à quem ainda não teve a oportunidade de assistir. Contém spoilers.

Não é de hoje que os filmes baseados em jogos eletrônicos decepcionam. Tekken entra para esta lista (que já conta com Super Mario Bros., Double Dragon, Mortal Kombat, Street Fighter...) por méritos (?) próprios. Certamente, iniciei a projeção como inicio a qualquer outro longa (ou curta): de forma neutra e sem qualquer tipo de expectativa, seja positiva ou negativa, pois acredito que caiba a mim uma análise da concepção geral, somente, do filme. Mas, como admirador (e jogador) do game, posso dizer que a decepção após os créditos foi ainda maior.
   
Empenhado em desenvolver seu roteiro em um trecho da vida de Jin Kazama (Jon Foo), Alan B. McElroy parece ter extraído suas idéias do clichê máximo dos filmes de ação: vingança. Mas não é isso que afeta a história. A forma como o desejo de vingança nasce e morre é de uma pobreza convicta e previsível, e qualquer tentativa de reviravolta exposta é ainda mais patética.

A narrativa pode ser desenvolvida em apenas um parágrafo. Será? Vejamos: Em 2039, o líder de uma organização corrupta (Tekken), Heihachi Mishima (Cary-Hiroyuki Tagawa), está produzindo o seu torneio anual, o Punho de Ferro, junto ao seu filho, Kazuya (Ian Anthony Dale). Quando sua mãe é morta pela organização, Jin decide participar do torneio para poder chegar até o seu líder e o matar, mas, para isso, ele terá que enfrentar Marshall Law (Cung Le) antes de conseguir sua inscrição. Ele derrota Law (é sério, não se espante) e consegue a classificação para o Punho de Ferro. Já devidamente dentro da Tekken, ele conhece uma linda moça, Christie Monteiro (Kelly Overton), e se apaixona (acredita nisso?). Bem... Ele segue o torneio vencendo os adversários até que acontece uma situação “inusitada”, e Kazuya, após trair o próprio pai, decide entrar na arena e lutar contra Jin. Mas ele perde e, em um ato de profunda piedade, e já sabendo que aquele homem é seu pai, Jin não o mata. Heihachi se torna amigo e... mais nada acontece.

Pontuado pela imensa falta de bom gosto, o diretor Dwight H. Little (do também péssimo Anaconda 2) e o deprimente (no pior sentido) roteiro parecem desprezar a inteligência do espectador até o limite possível. Não há qualquer desenvolvimento de personagem, as coreografias das lutas (por vezes exageradas) pouco se salvam em meio aos péssimos ângulos escolhidos, a fotografia é amadora - pecando na escolha de cores sem sentido algum, e o figurino pode ser visto com melhor qualidade desfilando em encontros de cosplay.

Quanto ao jogo, o conteúdo apresentado pela Namco/Bandai é incrivelmente superior ao exposto na projeção. Portanto, se você ainda não assistiu, sugiro que, se tiver a oportunidade, gaste essa uma hora e meia jogando até ter acesso aos vídeos. Além de ser provado pela ciência que vídeo-game traz inúmeros tipos de benefícios mentais, você sairá ileso... e não se sentirá com meio cérebro a menos, como aconteceu comigo ao fim do filme.

Bons e ruins filmes para nós!

Saiba mais sobre o filme Tekken.

Por Sihan Felix
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