Um Homem Sério

Publicada em 19/02/2010 às 18:21

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Homem

Ambientada no final dos anos 1960, a comédia de humor sarcástico “Um Homem Sério” (A Serious Man) é a história de Larry Gopnik (Michael Stuhlbarg) um professor de física infeliz que se esforça para fazer o certo e que se sente perseguido pela incerteza e o desespero que se tornam mais complicados do que os exercícios que ele preenche no quadro negro. Por mais que ele se mostre um cara seguro, se vê completamente despreparado a fatos que começam a acontecer em sua vida como ao receber uma oferta por melhores notas de um aluno coreano chamado Clive (David Kang) e sua mulher Judith (Sari Wagner Lennick), entediada com a rotina, decide trocá-lo por Sy Ableman (Fred Melamed), o audacioso amante que abraça o protagonista e pede maturidade naquela situação, criando uma das cenas mais hipócritas do cinema atual. Ela não o ama e deixa claro que só está fazendo isso por não ver uma perspectiva no relacionamento.

Os problemas parecem cada vez mais se acumularem: Larry precisa organizar as preparações do Bar Mitzvá de seu desinteressado e egoísta filho Danny (Aaron Wolff), sua filha Sarah (Jessica McManus) mexe na sua carteira querendo uma plástica no nariz. Até seu irmão Arthur (Richard Kind) resolve ficar uns dias e o acompanha para o motel quando Judith o chuta. Larry resolve então procurar ajuda divina e vai atrás dos conselhos de três rabinos querendo as repostas do porque de tanta desgraça lhe ocorre? O seu mundo gira completamente quando o Sy morre, e a sua vizinha Sra. Samsky (Amy Landecker) começa a atrai-lo com liberdades. Ela é um objeto de desejo que a sua educação moral o impede de ter, portanto observá-la tomando banho de sol ou ficar a sós para um bate papo se torna sua grande satisfação.

No começo do filme é apresentado um conto sobre uma família que ficava amaldiçoada devido a visita de um dybbuk, que no folclore judeu é uma alma deslocada de uma pessoa morta. Se a maldição é sua vida, a atuação de Stuhlbarg como personagem título realmente surpreende. Ele não é um chorão ou um coitado, muito pelo contrário, Larry é um obstinado a solucionar suas questões e como um boneco joão bobo, leva uma pancada e se levanta para receber outra. Chega a ser hilário começar a imaginar de onde virá o próximo golpe.

Os irmãos Ethan e Joel Coen que roteirizaram e dirigiram a produção mostram claramente que resolveram fazer algo mais pessoal e não tão grandioso como “Fargo” e “Onde os Fracos não tem vez”. “Um Homem Sério” é mais parecido com “Queime Depois de Ler” na qual uma porção de desgraças tem sentido triste e cômico ao mesmo tempo.

Saiba mais sobre o filme Um Homem Sério.

Por Jean Garnier.

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