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Viagem 2: A Ilha Misteriosa

 

 
Quando eu soube que um filme chamado Viagem 2: A Ilha Misteriosa estava em produção, uma dúvida se constituiu em minha mente: afinal, de qual filme esse estaria fazendo papel de sequência? Logo, em uma breve pesquisa, descobri que o primeiro “capítulo” se tratava do Viagem ao Centro da Terra – O Filme, com Brendan Fraser. Feliz por ter sanado a dúvida, assisti ao filme em questão. Mas, repentinamente (antes mesmo do final dos 94 minutos), outra dúvida se apossou dos meus pensamentos: o Professor Trevor Anderson (Fraser) virara lanche de um Tiranossauro de três dedos (?!) ou, ao retornar à superfície, recebera um convite da rainha Elizabeth para tomar um chá (de sumiço) das cinco? Precisei reassistir o primeiro para ter certeza que Anderson fora, somente, desprezado... esquecido.
 
Com apenas um personagem proveniente do antecessor (o jovem e carismático Josh Hutcherson, intérprete do sobrinho do Professor) e sem quaisquer citações ao desbravador do centro da terra, o longa tenta alcançar a independência através dos bons efeitos visuais e de um 3D que, sem parecer fundamental à narrativa, diverte. Mas os diálogos e as resoluções da história parecem ter sido menosprezados, deixando as situações previsíveis, além de darem espaço aos comentários tolos de tão óbvios. Esse conjunto de falhas primárias macula todo o fascinante panorama exposto pelo visual.
 
Ainda, debruçando piadas deslocadas (daquelas que mais parecem esquetes autônomos – como a brincadeira peitoral protagonizada por Dwayne Johnson, que me lembra, instantaneamente, O Grande Dragão Branco e a personagem de Bolo Yeung) e endeusando, pomposamente, a insípida Vanessa Hudgens, tudo pode valer como um entretenimento caça-níquel ou, com alguma clarividência, como um (im)provável incentivo à leitura e ao gosto dessa para as crianças. Isso porque, em determinadas sequências, a fuga dos problemas (grandes e com patas – com asas às vezes) se dão através do conhecimento da literatura de Júlio Verne (no qual esse filme e o anterior foram baseados) e dos clássicos A Ilha do Tesouro, de Robert Louis Stevenson, e As Viagens de Gulliver (de Jonathan Swift).
 
Então, depois de se fartar com as mais diversas experiências visuais, o espectador pode se sentir estranho ao perceber que se tivesse ficado em casa e assistido um especial sobre a aurora boreal teria passado por uma experiência muito semelhante. Mas, felizmente (ou não para a aurora), não é toda manifestação da natureza que conta com a participação do Michael Caine. Caracterizado como uma espécie de avô Indiana Jones, esse ator, sobrevivente das atuações clássicas de antigos filmes B, sempre faz uma obra valer a pena mais do que deveria (o mínimo que seja – como é no presente caso).
 
Bons e ruins filmes para nós!
 
Por Sihan Felix
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