Doméstica já teve uma carreira de sucesso em festivais no país e no exterior, sendo o único latino na competição principal do IDFA (Festival de Documentários de Amsterdã), considerado pelo especialista em documentários Amir Labaki como o ‘Cannes do documentário’.
"Nenhum filme fez tanto como Doméstica para retratar o que já está enraizado no inconsciente dos brasileiros"
O Estado de S.Paulo – Luiz Carlos Merten
"Doméstica tem humor e delicadeza, mas, também, um profundo efeito de denúncia….possivelmente o cineasta mais provocativo da nova geração pernambucana... Mascaro vai na carne da questão e a encara em toda sua complexidade."
Folha de S. Paulo - Pedro Bucher
''Gabriel Mascaro chega a questões amplas que, de tão arraigadas na experiência cotidiana, sequer conseguimos notar. A política do filme está justamente em ressaltar a carga histórica que vem em cada gesto descompromissado, em cada padrão que repetimos na distração de nossa coreografia cotidiana."
Revista Cinética - Fabio Andrade
SINOPSE
Sete adolescentes assumem a missão de registrar por uma semana a sua empregada doméstica e entregar o material bruto para o diretor realizar um filme com essas imagens. Entre o choque da intimidade, as relações de poder e a performance do cotidiano, o filme lança um olhar contemporâneo sobre o trabalho doméstico no ambiente familiar e se transforma num potente ensaio sobre afeto e trabalho.
CONTEXTO
A empregada doméstica trabalha diariamente nos lares brasileiros e faz parte do cotidiano afetivo das famílias. Em 2011, dados do Ministério do Trabalho indicam que quase 15% das trabalhadoras domésticas do mundo estão no Brasil. A contratação deste tipo de profissional, quase obrigatória entre as classes média e alta do país, embaralha as noções de afeto e trabalho, de público e privado, de sobrevivência e convivência. São relações de emprego com origens históricas, reprocessadas em um contexto de costumes favorecidos pelos altos índices de pobreza e miséria. No Brasil, ocupando esta condição de empregada doméstica estão cerca de 7 milhões de mulheres, em sua maioria negras (56%, IBGE, 2009), que enfrentam no cotidiano as consequências da desigualdade de gênero, raça e classe social.
O documentário 'Doméstica' também provoca a reflexão sobre os resquícios da cultura escravocrata na contemporaneidade. Quase 80 anos depois da primeira publicação do livro Casa Grande & Senzala (1933), de Gilberto Freyre, ainda hoje é perceptível o resquício histórico e as fortes conexões que o trabalho doméstico mantém com a escravidão. Muitos dos trabalhadores domésticos possuem jornadas de trabalho exaustivas; fazem de seus ambientes de trabalho, também domicílio, onde é reservado um pequeno espaço ou o quarto dos fundos da casa. Porém, embora presente na maioria das residências e praticamente institucionalizado no Brasil, o valor social do trabalho doméstico não é reconhecido e a categoria não têm direitos trabalhistas básicos. Até a conquista do PEC das Domésticas, dos 34 direitos previstos na Constituição Federal para todos os profissionais, as empregadas domésticas possuiam apenas 7. O filme atenta para o quão complexa é a relação trabalhista que tem resquícios do período escravocrata e como isso ecoa no Brasil contemporâneo.
SOBRE A SESSÃO VITRINE
Visando um cinema de qualidade, original, que retrata a cultura do país e que se destaca, a SESSÃO VITRINE é um projeto de distribuição coletiva que conta com a parceria do Canal Brasil. O projeto é uma forma alternativa de levar filmes nacionais ao encontro de um maior número de pessoas, destacando um cinema que recebe grande atenção nos principais festivais do Brasil e do mundo e criando uma relação entre o espectador e o evento de ir ao cinema, fortalecendo o circuito alternativo e investindo na formação de novas plateias.
Já foram lançados pela SESSÃO VITRINE: Estrada para Ythaca, Um Lugar ao Sol, Morro do Céu, Pacific, Recife Frio, Os Residentes, Os Monstros, A Fuga da Mulher Gorila, entre outros.
As informações são da acessoria de imprensa do filme.
por Laísa Trojaike - @LaisaTrojaike