O que começou como um interesse pessoal, cresceu e ganhou proporcões de uma vasta pesquisa sobre o tema. No entanto, Fumando Espero ultrapassa, em muito, a dimensão de um documentário em causa própria. Depoimentos de anônimos e famosos (Ney Latorraca, Miúcha, Washington Olivetto, Carla Camuratti, entre muitos outros) revelam suas batalhas com o cigarro, enquanto publicitários, advogados, sociólogos e médicos analisam as técnicas de difusão e as consequências do uso da nicotina, e seu alto nível de dependência química e psicológica.
O filme apresenta a evolução do consumo do cigarro, desde o seu aparecimento, passando pelas transformações nos hábitos de consumo, ao longo da história, e estratégias de marketing, denunciando a omissão da indústia quanto à revelação de dados médicos e indenizações.
A denúncia também se estende a um lado geralmente menosprezado da questão - a condição dos plantadores de fumo, que vivem abandonados à própria sorte e à margem dos lucros monumentais da indústria, como revelam os agricultores de Venâncio Aires, no Rio Grande do Sul.
Um inspirada animação criada por Fabiana Egreja e Carlos Duba traça a evolução histórica e cultural do cigarro, enquanto cenas de cults hollywoodianos mostram como galãs e divas contribuíram para os lucros da indústria do tabaco.