Filmes para por o pé na estrada!

Publicada em 21/05/2016 às 10:00

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Quem nunca quis percorrer distâncias com uma mochila nas costas, sem compromissos com horários de aviões e ônibus, horas de espera em aeroportos e rodoviárias deprimentes, ou preso no trânsito das grandes rodovias?

Ou mesmo usando os meios de transporte convencionais, apenas sair da rotina conhecida e percorrer uma considerável distância, dando um tempo de tudo? Nesses filmes, os personagens têm diversos motivos para sair andando, correndo, velejando, etc. mas todos parecem aprender ótimas lições da caminhada.

Na Natureza Selvagem

Baseado em fatos reais, esse filme dirigido por Sean Penn usou os diários de Christopher McCandless para contar uma história de inconformismo. Aos 24 anos, recém-formado na faculdade, com vida segura e estável pela frente, ele vendeu todos os bens que possuía, doou o dinheiro para obras de caridade e partir a pé pelos Estados Unidos, rumo ao Alasca.

Trabalhou em empregos temporários, abrigou-se junto a pessoas boas e más e compreendeu profundamente o significado da frase “A felicidade só é real quando compartilhada”, de Henry David Thoreau.

Livre

Também baseado em fatos reais, o filme Livre adapta o livro autobiográfico de Cheryl Strayed, uma mulher que, deprimida e desiludida com a vida, decide percorrer mais de mil quilômetros da trilha da Costa do Oceano Pacífico, que vai da divisa dos Estados Unidos com o México até a divisa com o Canadá.

O filme mostra cenas do passado de Cheryl, seu envolvimento com as drogas, o divórcio e a relação com a mãe, cuja morte a coloca no fundo do poço. Sem experiência, ela enfrenta muitas dificuldades físicas, ganhando consciência e perspectiva para seguir uma trilha ainda mais difícil: a da própria vida. Reese Whisterpoon dá um show no papel principal. 

Wildlike

Aos 14 anos, Mackenzie é mandada pela mãe para passar o verão com o tio, em Juneau, no Alasca. Não demora muito até o encanto do tio tornar-se abuso e ela decide fugir. De hotel em hotel, acaba se afeiçoando a um viajante solitário (o ótimo Bruce Greenwood). Ele, sem fazer muitas perguntas, aceita relutante acompanhar a garota e garantir sua segurança. Como se não bastasse o tema sensível e as ótimas atuações, a paisagem do Alasca é de encher os olhos.

Diários de Motocicleta

Tudo bem, a viagem dos protagonistas não começa a pé, mas sobre uma velha motocicleta que, após 8 meses, quebra. Aí sim, entre caronas e caminhadas, eles percorrem o continente sul-americano, testemunhando os estragos feitos por séculos de exploração e desigualdades.

Por mais controversa que seja sua figura, Che Guevara é retratado aqui antes de se tornar a figura que vemos em tantas camisetas: ele é apenas Ernesto, um jovem idealista, ingênuo, até mesmo reprimido. É seu amigo, Alberto Granado, quem parece lidar melhor com as diferenças e as riquezas culturais que encontram pelo caminho. Divergências políticas a parte, um filme belíssimo sobre a América Latina que tanto ignoramos. 

Conta Comigo

Baseado no conto The Body, de Stephen King, Conta Comigo é um filme sobre o rito de passagem, sobre o fim da inocência. Quatro garotos de 12 anos decidem procurar o cadáver de um quinto garoto, que desapareceu há alguns dias. No meio da mata, eles vão conhecer melhor uns aos outros, compreendendo que o caminho que estão fazendo, emocionalmente, não tem mais volta.

Conhecido pelos livros de horror, King sempre foi melhor compreendido pelo cinema em suas histórias mais dramáticas (outro exemplo bem sucedido é Um Sonho de Liberdade). Aqui, uma experiência pessoal dá o tom: o irmão mais velho de King morreu em um acidente de carro, assim como o irmão do protagonista, que sentia-se rejeitado pelo pai por não ser um atleta, mas sim um menino quieto e sensível. 

Maidentrip

Ok, não é um filme sobre uma viagem a pé ou de carona...mas é ainda sim extraordinária. Este documentário conta a história de Laura Dekker, uma jovem holandesa que decidiu dar a volta ao mundo em seu veleiro Guppy. Detalhe: aos 14 anos.

Pouco a pouco somos apresentados não apenas às dificuldades que a menina enfrenta, mas também à forma madura e prática com que ela resolve esses problemas, não apenas os técnicos, do barco, mas os sociais e emocionais. Ela admite que prefere a solidão do mar infinito do que a companhia de adolescentes e de sua família, que é bastante desunida. Sua viagem é uma fuga que muitos de nós gostaríamos de fazer, mas não temos coragem de admitir.

A Cura

Embora A Cura seja bem antigo, sua sensibilidade ao lidar com temas como doença incurável, preconceito e amizade continua funcionando muito bem. Um garoto portador do vírus HIV/Aids é silenciosamente ignorado por toda a vizinhança, até que conhece um menino mais velho, que faz amizade com ele.

Os dois ouvem falar de um médico que supostamente encontrou a cura para a doença, e decidem seguir sozinhos para encontrar o milagre. Brad Renfro e Joseph Mazello (o garotinho ruivo de Jurassic Park) dão um show de atuação.

Forrest Gump - O Contador de Histórias

Outro caso de filme que, a princípio não se encaixaria nesse post, mas se encaixa. Sabem por quê? Porque o protagonista leva ao pé da letra aquela expressão "deu vontade de sair correndo" que usamos quando estamos em alguma situação muito desagradável, sem saber o que fazer.

Quando perguntado sobre o motivo de ter atravessado correndo os Estados Unidos, o protagonista apenas responde: "Me deu vontade de correr". Forrest Gump - O Contador de Histórias, apesar de ser muito piegas em algumas passagens, sabe fazer sorrir em outras.  

Por Fabíola Cunha


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