Comediante desiste de cinebiografia de ex-presidente dos EUA após protesto da família

Will Ferrell pulou fora rapidinho...

Durou pouco a presença do comediante Will Ferrell na cinebiografia de Ronald Reagan. O ator foi anunciado esta semana como o intérprete do ex-presidente americano no filme Reagan, mas anunciou que não está mais envolvido com o projeto. 

O motivo foi a crítica de familiares de Reagan, que consideraram de extremo mau gosto a abordagem do roteiro, que focaliza seu segundo mandato e os primeiros sinais do mal de Alzheimer. 

Os filhos de Reagan, Patti Smith e Michael Reagan, fizeram comentários públicos sobre a comédia. Michael escreveu em sua conta no Twitter que os envolvidos com o filme "deveriam estar envergonhados" e que "Alzheimer não é uma comédia. Primeiro rouba sua mente de você e então o mata". 

As palavras duras do filho do ex-presidente foram seguidas de uma nota da Associação Nacional de Alzheimer (organização que trabalha com a conscientização e pesquisa sobre a doença nos Estados Unidos): "A Associação está chocada com o fato de que alguém planeja desenvolver um filme que satiriza um indivíduo vivendo com Alzheimer ou outra demência. Os realizadores considerariam usar uma forma fatal de câncer ou qualquer outra doença fatal para comédia? É hora de parar isso para sempre".

O filme não tem um estúdio ou financiadores envolvidos e, principalmente após essa polêmica, é difícil saber se o projeto vai seguir adiante. A história se passa no início do segundo mandato de Reagan, quando ele a começou a dar sinais de demência e, no roteiro, é convencido por um funcionário da Casa Branca de que é um ator interpretando o presidente em um filme. A abordagem é absurda e se aproveita da especulação sobre Reagan ter presidido os EUA entre 1985 e 1989 severamente prejudicado pelo mal de Alzheimer, que só foi oficialmente diagnosticado em 1993, quando ele já estava fora da presidência.