Benedict Cumberbatch interpreta All., um modelo andrógeno e possivelmente transexual (Foto: Divulgação)
O primeiro Zoolander é recheado de críticas pesadíssimas ao mundo da moda, tocando em muitas feridas que insistem em ser escondidas sob o glamour. O filme é louco, sim, às vezes até non sense, mas certamente há algo nele que excede a piada.
Mas qual é o limite da zoeira? No primeiro filme, há um verdadeiro abuso e exagero acerca das capacidades mentais dos modelos. Zoolander e Hansel são idiotas como quase todos os outros modelos no filme e isso, claro, não pode ser generalizado na vida real, assim como o discurso mais crítico do filme, sobre a escravidão que impera no submundo da moda.
No trailer de Zoolander 2 um novo elemento é inserido: Benedict Cumberbatch interpreta All., que promete ser a alfinetada nas questões sobre gênero e sobre como a moda mudou. O que não foi muito bem recebido pelos ativistas desse grupo. Sem nem sequer ter estreado nos cinemas, algo que só irá acontecer aqui no Brasil em 11 de fevereiro de 2016, Zoolander 2 já sofre ameaças e pode ser boicotado.
Há uma petição online criada por Sarah Rose pedindo o boicote do filme de
Ben Stiller. O argumento central é o seguinte: "
No trailer de Zoolander 2, um personagem andrógeno interpretado por Benedict Cumberbatch é questionado por Zoolander e Hansel se é 'modelo masculino ou feminino' e, depois, "se tem a salsicha do cachorro quente ou o pão'. Além disso, o personagem de Cumberbatch é claramente retratado de forma exagerada, uma caricatura zombeteira de indivíduos andrógenos/trans/não-binários. Esse é o equivalente moderno da utilização do blackface para representar uma minoridade."
E Rose explica como o filme deveria ter sido feito e quais são as consequência da decisão que tomaram: "Se os produtores e roteiristas de Zoolander quisessem fornecer um comentário social sobre a presença de indivíduos trans/andrógenos na indústria da moda, eles poderiam ter abordado modelos como Andreja Pejic para estarem no filme. Ao contratarem um ator cisgênero para interpretar um indivíduo não-binário de uma forma claramente negativa, o filme deles endossa percepções nocivas e perigosas para a comunidade queer em geral."
Segundo o EW, a equipe tentou entrar em contato com a Paramount Pictures, mas não obteve resposta. Atualmente, a petição já conta com mais de 7600 assinaturas, quase o total do objetivo de 8000.
Aproveite e confira o trailer: