Alice no País das Maravilhas (2)

Publicada em 26/04/2010 às 14:20

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Originalmente publicado em 1865, o clássico livro homônimo que inspirou Alice no País das Maravilhas (Alice in Wonderland, 2010) tornou-se um sucesso e até hoje serve de inspiração para diversas obras. A mais famosa delas é a animação dos estúdios Disney de 1951. Agora, chegou a vez de uma adaptação mais madura, no qual a heroína precisa ter coragem e não rodear tanto pelas indecisões, e lógico, transformá-lo em um novo blockbuster.

Nessa versão século 21, Alice (Mia Wasikowska) tem 19 anos e não suporta a vida que tem. Ela está noiva de um casamento arranjado com Hamish Ascot (Leo Bill) e como precisava encontrar uma maneira de fugir dessa obrigação, no meio da festa vê algo familiar se mexendo no meio dos arbustos, persegue e cai novamente no buraco do Coelho Branco (voz de Michael Sheen). Ela não se lembra nada daquele lugar, e no País das Maravilhas, terá que entregar o trono para a Rainha Branca (Anne Hathaway), depois da árdua tarefa que é derrotar a Rainha Vermelha (Helena Bonham Carter) – uma tirana que governa o reino com mãos de ferro e tem como principal aliado o Valete de Copas (Crispin Glover). Só que nesse meio tempo, ela encontra todos os seus velhos amigos como Chapeleiro Maluco (Johnny Depp), Tweedle-Dee e Tweedle-Dum (ambos Matt Lucas), Gato de Cheshire (voz de Stephen Fry) e a Lagarta (voz de Alan Rickman).

Levando-se em conta a característica surrealista e sombria da obra de Lewis Caroll, nada mais apropriado do que deixar a adaptação nas mãos de Tim Burton (Edward Mãos de Tesoura, Big Fish e Sweeney Todd). O diretor aproveitou e jogou nele todas as suas marcas registradas, tanto no sentido visual – é sensacional mais uma vez apreciar a espetacular imaginação fértil de Burton – como na participação dos seus fieis escudeiros de outros longas – Bonham Carter (sua mulher), Depp (é o 7º filme de parceria com o diretor) e o produtor musical Danny Elfman. O roteiro de Linda Woolverton (A Bela e a Fera) é a infeliz derrapada e torna o desfecho um tanto entediante ao mostrar a maturidade da jovem.

“Alice” de Tim Burtton está longe de ser um fracasso e não precisará comer os tais bolinhos que a protagonista digere para crescer nas bilheterias. Com algumas atuações convincentes – em especial as de Carter, Depp e Hathaway – os efeitos especiais e as extraordinárias paisagens asseguram a produção nas alturas. Apenas o que poderia ser uma viagem alucinante acaba se tornando numa obrigatória passagem por todos os personagens já conhecidos, como se fosse um ritual. E o fato de ela ser a “escolhida”, vestir uma armadura, pegar a espada e ter que destruir o monstro Jabberwock (voz de Christopher Lee) tira um pouco o brilho de todo o conceito grandioso que é o filme, deixando de lado a fantasia para ser algo mais medieval.

Saiba mais sobre o filme Alice no País das Maravilhas.


Jean Garnier.

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