Educação (2)

Publicada em 19/02/2010 às 18:30

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Educação

Tendo como carro chefe a ótima atuação da jovem atriz inglesa Carey Mulligan, Educação (An education, 2009) conseguiu arrancar calorosos elogios da crítica especializada, figurando como o pequeno grande filme inglês do ano, tendo grande êxito nos festivais de Toronto e Sundance, além de indicações ao Oscar e Bafta.

O roteiro é assinado pelo excelente escritor Nick Hornby, responsável pelos livros que deram origem aos roteiros de “Alta fidelidade” e “Um grande Garoto”, conserva o clima e a cadencia narrativa peculiar as duas obras, além de não se prender a monotonia dos clichês de longas que retratam os ritos de passagem da adolescência para a fase adulta, fazendo com que “Educação” deixe a sensação de novidade no ar.

A direção ficou a cargo da dinamarquesa, pouco conhecida, Lone Scherfig, que tem em seu currículo algumas séries para TV, e o roteiro e direção de “Italiano para iniciantes”, produção que seguiu os moldes do movimento cinematográfico Dogma 95, criado pelos diretores Lars Von Trier e Thomas Vinterberg. Lone, conseguiu criar um clima muito sutil para as mudanças de personalidade da protagonista, que ao longo da trama vive o lado prático das descobertas dos perigos da vida adulta.

porém, a diretora escandinava não conseguiria o mesmo resultado sem a ajuda da jovem-grande-atriz Carey Mulligan, antes conhecida apenas por papei secundários, e que agora carrega o status de grande descoberta da temporada, tendo sido comparada a Audrey Hepburn, tanto por seu desempenho, quanto por sua aparência. Tanta comparação rendeu a atriz o papel principal da refilmagem de “My Fair Lady” com previsão de lançamento para 2012.

Carey empresta seu talento a Jenny, uma adolescente CFD de 16 anos , que adora ler, ouvir música francesa, que vive no subúrbio de Londres no início dos anos 60. Jack, seu pai, vivido de forma também impecável por Alfred Molina, pressiona a jovem a tentar uma vaga na renomada faculdade de Oxford, entretanto, problemas com suas lições de latim, e o início do namoro da jovem com David, um judeu mais velho, ameaçando ameaçam os planos de seu pai disciplinador.

Durante alguns trechos o longa desperta excelentes reflexões sobre a maior idade, como no momento em que Carey, após perder a virgindade, define o sexo da seguinte forma: “Todas essas poesias, e todas aquelas canções sobre algo que leva tão pouco tempo?”; ou quando é mostrado o conflito de personalidade vivida por ela, quando tem que optar entre a vida de seus sonhos que consiste em viagens, concertos de Jazz e bons restaurantes, e a vida responsável de uma colegial, estes embates estão presentes nos diálogos entre Carey e suas professoras.

“Educação” consegue ser um filme cativante sem deixar de ser original, mostrando os confronto entre a adolescência e a vida a adulta, abordados de forma realista, fazendo com que o público se identifique com os problemas vividos por Carey Mulligan, já que todos nós também passamos por diversas provações até conquistarmos a consciência da maior idade. Imperdível.

Saiba mais sobre o filme Educação.

Por Bruno Marques - http://brunocine.wordpress.com

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